São Paulo Câmara Municipal de São Paulo aprova redução de reajuste do IPTU para 2015

Câmara Municipal de São Paulo aprova redução de reajuste do IPTU para 2015

Substitutivo foi proposto pela própria Prefeitura de São Paulo e votado nesta quinta-feira

  • São Paulo | Do R7, com Estadão Conteúdo

Haddad recuou e reduziu reajuste do IPTU para 2015

Haddad recuou e reduziu reajuste do IPTU para 2015

Eduardo Enomoto/ R7

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou um substitutivo proposto pela própria Prefeitura de São Paulo que reduz o aumento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de 20% para 10% para os imóveis residenciais. Os imóveis comerciais tiveram o valor do reajuste do IPTU reduzido de 35% para 15%. A aprovação do substitutivo aconteceu na noite desta quinta-feira (18).

A redução do IPTU teve 37 votos favoráveis. Outros sete vereadores votaram contra o projeto, que agora segue para a sanção do prefeito Fernando Haddad.

Para compensar a perda estimada de R$ 600 milhões que as novas tarifas vão gerar na arrecadação de IPTU em 2015, a gestão Haddad aprovou também um aumento de 50% no ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos), cuja taxa passará de 2% para 3%. Nos cálculos da prefeitura, esse reajuste, que incidirá sobre as negociações de compra e venda de imóvel, tem potencial para render R$ 700 milhões aos cofres municipais.

Somadas as medidas — redução do IPTU e aumento do ITBI —, a expectativa de arrecadação com ambos os tributos permanece a mesma: R$ 789 milhões. O valor já consta da peça orçamentária aprovada em primeira discussão na Casa.

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O argumento principal do governo é que a nova lei favorecerá mais de 1 milhão de contribuintes, entre residenciais e comerciais, em detrimento dos 150 mil paulistanos que anualmente pagam ITBI. Nessa estratégia, o mercado imobiliário passa a ser o maior prejudicado. Até novembro deste ano, a cobrança deste imposto rendeu R$ 1,3 bilhão à prefeitura.

Aumento real

Com as mudanças, o valor do IPTU residencial terá um aumento real de 4% em relação ao boleto emitido em fevereiro, já que a inflação deste ano deve ficar perto de 6%. Já o comércio arcará com um reajuste acima da inflação, mas ainda assim bem menor do que o previsto inicialmente. Sem a mudança, todos os imóveis comerciais de São Paulo pagariam, em média, 25% de aumento. A nova lei também estipula que as mesmas travas sejam aplicadas nos boletos do IPTU de 2016 e 2017.

A mudança de postura de Haddad tem o apoio da maioria dos vereadores que, no ano passado, ajudaram o prefeito a estipular os índices de aumento contestados pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pelo PSDB — ambos conseguiram suspender a legislação por quase um ano. Somente no dia 26 de novembro é que os desembargadores do órgão especial do Tribunal de Justiça liberaram o aumento.

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Apesar das alterações de última hora, vereadores petistas refutaram a tese de que o prefeito Haddad recuou. Segundo Paulo Fiorilo (PT), a suspensão do projeto original por quase um ano mudou o cenário.

— Do ponto de vista econômico, ele está pior, por isso propomos as mudanças nas travas. Nossa intenção é facilitar o pagamento.

Para o vereador José Police Neto (PSD), a gestão Haddad evoluiu.

— O prefeito reconheceu seu erro [ao tentar aplicar aumento de até 35%]. É um processo, não quer dizer que ele é bonzinho.

O PSDB foi o único partido presente na sessão a votar contra a nova lei. Os vereadores tucanos defendiam apenas a correção pela inflação nos próximos três anos. Procurada, a prefeitura não se manifestou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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