Ao menos 200 corpos estão escondidos no cemitério clandestino descoberto na região de Pedreira, zona sul de São Paulo, nesta segunda-feira (9), de acordo com estimativa da polícia. “Segundo informes que nós temos das testemunhas reservadas, haveria dezenas de corpos enterrados naquele local utilizado por um ‘tribunal do crime’”, afirma o delegado Marcelo Jacobucci.
Retroescavadeira ajuda na busca por corpos em cemitério clandestino
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A descoberta se deu em meio a investigações do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) justamente sobre execuções em torno da ação do "tribunal do crime", que realiza julgamentos paralelos. Um dos corpos encontrados nesta segunda é de uma pessoa que foi morta quase dez anos atrás.
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No aterro municipal de São Paulo, bem em frente a uma comunidade, uma tubulação de concreto indicava a área exata onde os corpos foram enterrados. Em poucas horas de buscas, cães farejadores da GCM (Guarda Civil Municipal) encontraram seis covas no terreno.
“Nós temos aqui ainda que junto ao IML (Instituto Médico Legal) ou perícias constatar se são seis ou sete ossadas. Tudo leva a crer que em uma cova nós tenhamos duas vitimas”, detalha o delegado. Havia corpos tão profundamente enterrados que a remoção exigiu retroescavadeiras.
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Os guardas civis davam apoio a uma investigação do DHPP de São Paulo, que procurava o corpo de um jovem, vitima de sequestro em novembro do ano passado. Câmeras de segurança registraram o momento em que dois homens armados renderam Matheus, de 20 anos, em frente a uma tabacaria na região sul da cidade.
A investigação indicou que o jovem foi vítima de um tribunal do crime no dia seguinte ao sequestro. Os traficantes desconfiavam que ele estava denunciando pontos de venda de drogas na região.
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Segundo a policia, o corpo dele foi enterrado a seis quilômetros de distância do local em que foi sequestrado. “Eles mesmos julgam, executam e enterram. Acabam procurando esses locais, desovando corpos ali e as pessoas ficam sem saber onde seus entes queridos estão”, diz o delegado Fábio Pinheiro Lopes.