Doria recuou em relação à farinata na merenda
Jorge Araujo/19.10.2017/FolhapressO prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), desistiu de incluir a farinata na merenda das escolas municipais e decidiu concentrar sua utilização apenas nas políticas sociais.
Em nota, a prefeitura informou que a "eventual distribuição do composto alimentar do programa denominado Allimento para Todos, no formato de farinata, será de atribuição, principalmente, dos serviços municipais de assistência social" (leia na íntegra ao final do texto).
A farinata é um composto alimentar produzido a partir de alimentos próximos da data de vencimento.
Ainda segundo o comunicado da prefeitura, "o plano municipal de erradicação da fome e promoção da função social dos alimentos, cuja criação foi determinada pela Lei 16.704/2017, vai dar prioridade ao atendimento de famílias em situação de vulnerabilidade social, em especial aquelas que possuem crianças de até três anos".
Mais cedo, em Goiânia, onde recebeu o título de cidadão goiano, Doria disparou contra os partidos de oposição que têm se manifestado contrariamente ao Programa de Alimentação Solidária, lançado pela prefeitura.
Segundo o tucano, o programa prevê a distribuição de um composto, chamado "farinata", feito com base em alimentos que não seriam comercializados, para a população carente da capital paulista.
"Vamos tirar um pouco desse aspecto ideológico que este tema acabou tendo na cidade de São Paulo, com manifestações do PSOL, do PT, dos partidos de esquerda", afirmou o prefeito, após reunião com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), em visita à capital goiana.
Doria aproveitou para criticar o governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo ele, desejou fazer o Fome Zero durante dois anos e "nada fez".
"Consumiu milhões de reais e não implantou o Fome Zero. Nós estamos criando um programa, na verdade, adotando um programa, eu repito, que é bom, que é positivo e vamos fazê-lo gradualmente, sem pressa, sem afobação, e principalmente sem viés ideológico", afirmou o prefeito.
O prefeito de São Paulo enfatizou não ter pressa na implantação do programa. "Não temos que ter pressa, temos que ter eficiência. E volto a dizer as palavras do cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, 'fome não tem partido', fome não pode ser tratada com questões ideológicas e partidárias".
Doria explicou que o programa de alimentação solidária foi desenvolvido por uma ONG, apresentado à Cúria Metropolitana de São Paulo, que ofereceu à prefeitura essa alternativa.
"A prioridade em São Paulo é a população desfavorecida, as populações em situação de rua e aqueles que precisam de alimentação adequada. E onde puder haver alguma complementação, isso será feito", disse.
Leia a nota da Prefeitura de São Paulo na íntegra:
"A Prefeitura de São Paulo esclarece que o plano municipal de erradicação da fome e promoção da função social dos alimentos, cuja criação foi determinada pela Lei 16.704/2017, vai dar prioridade ao atendimento de famílias em situação de vulnerabilidade social, em especial aquelas que possuem crianças de até três anos. O principal objetivo desta política será a redução do desperdício de alimentos, por meio do incentivo de práticas de manejo eficiente. A eventual distribuição do composto alimentar do programa denominado Alimento para Todos, no formato de farinata, será de atribuição, principalmente, dos serviços municipais de assistência social. A farinata poderá ser utilizada para produção de pães, bolos, sopas e outras formas de preparo".