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Fraude milionária de servidores da prefeitura pode ter começado em 2007

Escritório dos auditores fiscais funcionava a 300 metros da sede da prefeitura

São Paulo|Thiago de Araújo, do R7

Prefeito de São Paulo falou sobre prisão de servidores públicos
Prefeito de São Paulo falou sobre prisão de servidores públicos Prefeito de São Paulo falou sobre prisão de servidores públicos

O esquema milionário de desvio na Prefeitura de São Paulo pode ter começado há seis anos. De acordo com a investigação realizada pelo Ministério Público em parceria com a Corregedoria Geral do Município, o grupo atua há pelo menos três anos, mas segundo o controlador-geral do município, Mário Vinícius Spinelli, a fraude pode ter começado antes.

— O período de investigação é entre outubro de 2010 e setembro deste ano. Mas se levarmos em conta o período de atuação desses servidores, podemos avançar até 2007.

Até o momento, quatro servidores foram presos suspeitos de causar um rombo nos cofres municipais de pelo menos R$ 200 milhões — mas o valor pode chegar a R$ 500 milhões. De acordo com as investigações, um dos integrantes do grupo mantinha um escritório no largo da Misericórdia, a 300 metros da sede da prefeitura, montado para atender aos interesses do grupo criminoso.

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Nesta quarta-feira (30), o prefeito Fernando Haddad declarou que as investigações ainda estão em andamento e mais pessoas podem estar envolvidas com o esquema. Haddad enfatizou também a criação da Controladoria-Geral do Município e o trabalho de cooperação com o MP.

— Não se trata de devassa, mas sim a demonstração do acerto da criação de um órgão como o CGM. Isso demonstra uma mudança de comportamento no combate à corrupção.

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O prefeito disse que ainda é um dia importante para a prefeitura e que a descoberta de um esquema dessa magnitude representa uma recuperação de finanças da cidade. O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) divulgou nota dizendo que desconhece a investigação em curso na Secretaria de Finanças, mas apoia a apuração dos fatos e defende punição exemplar dos envolvidos.

Questionado sobre alguma relação desse esquema com Hussain Aref — ex-diretor do Aprov acusado de enriquecimento ilícito durante a gestão Kassab — Haddad disse que não há elementos que liguem os servidores ao caso.

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As investigações apontaram que os quatro auditores fiscais detidos construíram patrimônio superior a R$ 20 milhões com o dinheiro desviado dos cofres públicos. Entre os bens adquiridos estão apartamentos de luxo, flats, prédios e lajes comerciais, em São Paulo e Santos, barcos e automóveis de luxo, uma pousada em Visconde de Mauá (RJ) e um apartamento duplex em Juiz de Fora (MG). A Justiça determinou também o sequestro dos bens dos envolvidos.

O esquema tinha como foco prédios residenciais e comerciais de alto padrão, com custo de construção superior a R$ 50 milhões. O MP investiga se as empresas foram vítimas de concussão, porque não teriam outra opção para obter o certificado de quitação do ISS, ou se praticaram crime de corrupção ativa.

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