Proprietário da fazenda nega denúncias e diz que búfalos morreram de velhice
Divulgação/CRMV-SPA Promotoria de Justiça de Brotas instaurou nesta quinta-feira (2) um inquérito civil para apurar os maus-tratos praticados contra búfalos em uma fazenda situada no município, que fica no interior do estado de São Paulo.
O pedido de investigação considera as denúncias de abandono de animais, que teriam passado fome e sede até morrer, o que matou dezenas deles. A portaria também busca identificar possíveis danos ambientais e ao curso hídrico do local.
Segundo testemunhas, o proprietário do local, Luiz Augusto Pinheiro de Souza, perdeu o interesse nos animais porque está alterando a fazenda para uma monocultura de soja. Ele nega as denúncias e diz que os animais que morreram no local estavam velhos. A defesa dele afirma também que os búfalos que morreram representam 3% do total dos animais e que boa parte das mortes foi impulsionada pela seca que afetou a região.
Para apurar se apresentará denúncias, o Ministério Público de São Paulo vai aguardar o resultado de inquéritos da Polícia Civil e Ambiental, que investigam o proprietário da fazenda. Na próxima segunda-feira (6), o MP vai se reunir com as autoridades competentes para tratar do caso.
Na semana passada, o proprietário sofreu uma derrota na Justiça de São Paulo, que concedeu a guarda dos 1.056 búfalos e 72 cavalos da fazenda à ONG (organização não governamental) Sos O Bicho Vai Pegar, considerando as denúncias de maus-tratos.
A decisão, da juíza Marcela Machado Martiniano, proibiu Souza de intervir no trabalho da ONG, sob pena de multa diária de R$ 20.000,00. Ele também foi multado em R$ 2,1 milhões pela Polícia Militar Ambiental e chegou a ser preso. O fazendeiro foi libertado após pagar fiança.