"Estado está pronto para qualquer enfrentamento do coronavírus", diz Uip
Divulgação / Governo de SPO governador de São Paulo, João Doria, afirmou que "neste momento não há nenhuma razão para pânico ou medidas extremadas" em relação ao combate ao coronavírus. O estado tem 46 casos confirmados da doença, sendo 44 na capital paulista e 2 no interior. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (12).
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, afirmou que há um trabalho integrado entre Prefeitura e Governo com ações permanentes e diárias. Ele destacou que a vigilância sanitária tem trabalhado desde 10 de janeiro na prevenção de casos suspeitos e confirmados. "Temos feito uma ação coordenada e casada para dar transparência à população", ressaltou Covas.
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O médico infectologista, David Uip, afirmou que o "Estado está pronto para qualquer nível de enfrentamento do coronavírus". Ele explicou os possíveis cenários que o Estado se prepara para enfrentar: "São 46 milhões de habitantes em São Paulo, 60% dos paulistas têm atendimento exclusivo SUS. O estado tem uma amplitude de atendimentos com 101 hospitais estaduais e 100 mil leitos, estamos nos associando aos hospitais privados. Destes, 7.200 leitos são de UTI".
Uip lembrou que a previsão é de que 80% dos infectados sejam assintomáticos e 20% terá de recorrer ao sistema de saúde, destes um percentual ainda menor vai precisar de serviços de UTI.
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O governador prometeu 1.000 novos leitos de UTI para os próximos 4 meses, sendo 600 na cidade de São Paulo. "A instalação é sempre gradativa porque tem que fazer a compra de insumos e equipamentos, mas com essa situação o processo acelera. A iniciativa privada é responsável por 40% do atendimento em São Paulo", destacou o infectologista.
O estado também comprou 20.000 kits para diagnóstico da doença, 200 novos aparelhos respiratórios e cinco milhões de máscaras. "Se for preciso, teremos de diminuir e parar com as cirurgias eletivas a medida da necessidade e demanda. É um planejamento para a gestão de leitos", disse Uip.
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No enfrentamento, serão objetivados os tratamentos dos doentes graves. David Uip disse que a preocupação é com grupos específicos: "A proteção dos pacientes mais vulneráveis é outra coisa importante, com mais de 60 anos e com doenças crônicas. É preciso evitar aglomerações. Não temos morbidade e letalidade com a população jovem. Estamos focados nas populações vulneráveis".
Segundo o governo, até o momento, não há nenhuma recomendação para o cancelamento de grandes eventos. Com relação aos aeroportos, a administração cabe ao governo federal, que deverá anunciar novas medidas de combate à transmissão do vírus.
No entanto, durante a coletiva, não foram anunciadas ações específicas em escolas e transporte público e nem foi definido o que confira aglomeração.
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Centro de Contingência do Covid-19
O Centro de Contingência do Covid-19 foi formado na semana passada, quando o primeiro caso da doença foi confirmado. "É um grupo formado por profissionais experientes. A história antiga nos ensina como lidar com pandemias e a história recente ensina o que aconteceu com os demais países afetados", afirmou o médico infectologista David Uip.
Segundo o médico, as bases do grupo são enfrentamento da pandemia, prevenção com atuação da vigilancia sanitária, observação dos infectados, cuidados com campanhas do governo do estado e da prefeitura.
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"Estamos na fase de aprendizado, temos uma variável que é como o vírus vai se portar num país de clima tropical", disse Uip. De acordo com especialistas, as pandemias são utilizadas para evoluir nas crises e serão liberados recursos para pesquisas do estado de São Paulo.
O diretor do Instituto do Butantã já disponibilizou os primeiros lotes da vacina da Influenza para imunizar a população e evitar uma epidemia paralela de gripe.