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O Estado de São Paulo entra, nesta quinta-feira (15), no 4º dia da fase vermelha do plano de flexibilização econômica criado pelo governo estadual. Apesar das restrições em vigor, usuários de transporte público seguem expostos a riscos e sem proteção específica contra o coronavírus. ' Eu acabei de ter um filho, tenho que trabalhar pra dar o leite para a criança', diz David Santos, 27 anos, estoquista
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Sem o anúncio de medidas específicas para aliviar a superlotação nos transportes, o sindicato dos Metroviários de São Paulo anunciou, após a realização de assembleia, a decretação de uma greve sanitária, marcada para a próxima terça-feira (20), em protesto pela contaminação e pelas mortes de funcionários em função da pandemia da covid-19
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Na estação da Luz, diariamente é possível perceber a aglomeração de passageiros durante a chegada e saída dos trens. A categoria dos metroviários vê o governador do estado, João Doria, e o prefeito paulistano, Bruno Covas, como incapazes de impor medidas restritivas eficazes para conter o avanço da doença e garantir a subsistência da população, como o lockdown e o pagamento de auxílio emergencial
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Ricardo Silva, de 33 anos, perdeu três vizinhos para a covid-19, um deles na semana passada. Ele revela que na zona leste de São Paulo continuam ocorrendo festas e bailes e os frequentadores não usam máscara de proteção. Ele faz diariamente o trajeto da estação Dom Bosco até o Bom Retiro, no centro. 'Fechar o comércio era pra ter fechado lá atrás, agora fica abre e fecha, fica ruim pra todo mundo. O transporte tá cheio todo o dia, não tem o que fazer. Minha esposa trabalha na saúde e foi vacinada. Eu sempre tomo meus cuidados', comenta
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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O estoquista David Santos, de 27 anos, sai de São Miguel Paulista, no extremo leste, e vai até Pinheiros, na zona oeste, utilizando transporte público. 'Tem pessoas que não têm condições de ficar em casa. Eu acabei de ter um filho, tenho que trabalhar pra dar o leite para a criança', afirma. Segundo ele, as restrições ao comércio têm sido muito pesadas. 'Os restaurantes próximos do meu trabalho fizeram os protocolos, seguiram as restrições de público, mas, mesmo assim, fecharam. Então, muita gente vai quebrar', lamenta.
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Rui Vitorino tem 30 anos e é limpador de vidro. Utiliza o transporte público de Guaianases, na zona leste, até o Sacomã, na zona sul. Ele fez testes para o coronavírus, mas todos tiveram resultado negativo. 'A vacina tem vir o mais rápido possível, essa é a solução. Minha esposa está grávida, tenho que trabalhar, não tem outro jeito. A gente trabalhando pode pegar o vírus e transmitir para outras pessoas. Temos que rezar pra não pegar'
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Na Sé, na região central, os trens da linha 3-Vermelha do Metrô que vinham da estação Corinthians-Itaquera, na zona leste da capital, já chegavam cheios no horário de pico. O escalonamento de entrada e saída de funcionários dos serviços essenciais não tem sido respeitado e ainda há acúmulo de passageiros em determinados horários, sendo impossível praticar o distanciamento social.
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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No quarto dia da fase vermelha, situação não mudou e passageiros não conseguiram respeitar distanciamento no transporte público. Passageiros afirmam que o governo estadual poderia garantir máscaras mais adequadas e pontos com álcool em gel para circulação em vagões e plataformas
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Tanto em vagões de trens e metrôs quanto em ônibus o que se vê são passageiros aglomerados. Com as temperaturas mais baixas na capital paulista, janelas fechadas impedem a circulação do ar e tornam ainda mais elevado o risco de contaminação pelo coronavírus
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Os metroviários reivindicam a vacinação urgente da categoria e demais trabalhadores do transporte público, além da implementação de lockdown, pagamento de auxílio emergencial (no valor de R$ 600,00) e o cumprimento das diretrizes descritas no Plano de Emergência apresentado pelo sindicato para conter a disseminação da doença no setor.
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Segundo números apurados pelo sindicato, houve 24 mortes e 1.147 afastamentos de metroviários de São Paulo em decorrência do novo coronavírus.
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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'A nossa greve pode acontecer porque queremos viver. Já perdemos mais de 20 colegas de trabalho. Isso também ocorre entre os motoristas de ônibus e trabalhadores da CPTM. Defendemos a vacina para todos, mas achamos justo que os trabalhadores do transporte estejam entre os grupos prioritários. Queremos vacina, respeito e nenhum ataque aos nossos direitos', declarou Camila Lisboa, coordenadora-geral do sindicato.
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Para Wagner Fajardo, coordenador do Sindicato dos Metroviários, o governo estadual e a prefeitura paulistana são 'reféns do empresariado'. 'O problema é que [trata-se de] uma reação em cadeia. Você não faz o lockdown, não consegue restringir o transporte. E para fazer o lockdown, tem que garantir às pessoas que fiquem em casa sem passar fome, tem que garantir às indústrias que deixem os trabalhadores em casa e continuem pagando os seus salários.'
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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'As pequenas e médias empresas precisam de ajuda do governo. Como temos um mercado informal muito grande, é preciso garantir o auxílio emergencial. O governo estadual tinha que pensar em coisas desse tipo', complementou Wagner Fajardo, coordenador do Sindicato dos Metroviários.
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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Especialistas estimam que a ocupação do espaço no transporte público de São Paulo em horário de pico é de até nove pessoas por metro quadrado, quando a distância mínima entre passageiros recomendada pelas autoridades sanitárias é de um metro e meio
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021
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As aglomerações têm início desde o momento na espera das plataformas. Estudos alertam para o risco de se conversar ou falar ao telefone dentro de um vagão. Uma pessoa infectada e sem máscara pode emitir partículas que permanece no ar por até duas horas, elevando, assim, o risco de contágio
Edson Lopes Jr./R7 - 15.04.2021