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PF mata motorista acusado de furar duas vezes bloqueio em Paraisópolis

Policiais cumpriam mandados no local. Inquérito foi aberto para apurar o caso

São Paulo|Karla Dunder, do R7*

A rua Rufolf Lotze, onde ocorreu o caso
A rua Rufolf Lotze, onde ocorreu o caso A rua Rufolf Lotze, onde ocorreu o caso

Um motorista foi morto por policiais federais durante uma ação, na manhã de segunda-feira (27), em Paraisópolis, no Morumbi.

De acordo com a PF, o homem dirigia uma Hyundai Santa Fé que cruzou por duas vezes, em alta velocidade e sem parar, um bloqueio feito pelos federais na rua Rudolf Lotze.

Os agentes fechavam a rua para cumprir quatro mandados judiciais em dois endereços, sendo dois de prisão e dois de busca e apreensão, numa investigação de roubo.

A suspeita é que o motorista do carro fosse um dos procurados pela PF. A identidade dele não foi confirmada até o momento.

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Conforme nota emitida pela PF, ao chegar ao local, parte da equipe de policias que foi à favela desceu das viaturas permaneceu na rua, para de controlar velocidade e o fluxo de veículos, enquanto os colegas se dirigiam ao local onde seria cumprido o primeiro mandado.

Nesse momento, segundo o órgão, o Santa Fé teria passado pelo controle em alta velocidade, apesar dos avisos para diminuir a velocidade. Ele desapareceu de vista.

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Ainda segundo a PF, o mesmo Santa Fé voltou pouco depois, de ré, à rua Rudolf Lotze. O órgão afirma que, após o motorista novamente ignorados comandos de parada, os policiais dispararam contra o veículo, que novamente escapou. Um motociclista que acompanhava o Santa Fé nesse segundo momento abandonou a moto na rua e fugiu — os policiais constataram que a moto era roubada.

Ainda na Rudolf Lotze, a 300 metros do local do bloqueio, os policiais federais encontraram o Santa Fé, batido em outros carros que estavam estacionados. O motorista estava baleado.

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O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado, mas os paramédicos constataram a morte do motorista no local.

De acordo com a PF, foi instaurado inquérito policial por homicídio decorrente de oposição a intervenção policial. Foram determinadas perícias no veículo e nas armas dos policiais e também foram iniciadas outras diligências para a confirmação da identidade do motorista morto.

Ao todo, 16 policiais federais participavam da ação em Paraisópolis.

Segunda morte

Esta é a segundo caso de morte pela polícia em Paraisópolis em menos de um mês. No último dia 15, Jackson Saracho de Lima, 23 anos, foi morto por policiais militares.

Segundo a versão dos policiais, Lima teria fugido quando avistou os PMs durante patrulhamento e aberto fogo contra eles em uma viela dentro da favela. Ainda segundo o relato oficial, Lima foi atingido e encaminhado ao Hospital Bandeirantes, mas não resistiu aos ferimentos. 

Polêmica

Antes, na tarde do dia 9, a PM havia entrado na favela após polêmica em torno de uma afirmação da delegada Elisabete Sato, diretora da divisão de homicídios do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa). No mesmo dia, durante um encontro sobre segurança pública, Elisabete disse que a polícia paulista não entrava no local.

“Eu converso muito com os nossos investigadores. Os nossos investigadores falaram na semana passada: 'Doutora, está difícil entrar na Paraisópolis. Nem a PM e nem a Rota [Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar] está entrando lá'”, revelou.

Horas depois, a PM realizou uma operação na região, com participação do 2º batalhão da tropa de choque. Participaram também equipes do 16º Batalhão, do Canil Central e da Cavalaria.

*Colaborou Juca Guimarães, do R7.

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