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Policiais civis são investigados por tentativa de extorsão a empresário

Investigadores teriam pedido R$ 650 mil a empresário de Mogi das Cruzes (SP) mesmo após constatar que ele não era o alvo de uma investigação

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV

Policiais civis na porta da casa de empresário
Policiais civis na porta da casa de empresário Policiais civis na porta da casa de empresário

Um empresário de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo, afirma ser vítima de uma tentativa de extorsão de R$ 650 mil de investigadores da Polícia Civil há mais de um mês. O caso é investigado pela Corregedoria da instituição e a vítima já reconheceu os três policiais civis envolvidos.

As informações são exclusivas do Núcleo de Jornalismo Investigativo da Record TV. A reportagem não vai identificar o empresário.

De acordo com as apurações, a história começou no último dia 24 de agosto, quanto investigadores da Polícia Civil foram até uma clínica onde o empresário estava atrás de uma pessoa identificada como Alex. O empresário disse que não conhecia essa pessoa e rapidamente apresentou seus documentos.

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No entanto, mesmo sem que o empresário tivesse qualquer relação com a investigação dos policiais civis, os investigadores disseram que precisariam apurar sobre ele. Os policiais investigavam crimes envolvendo cartões de crédito.

Sabendo que o empresário não era alvo das investigações, o colocaram na viatura e foram até a casa dele. Chegando no local, um dos investigadores pulou o muro da residência e dizeram diversas buscas na casa.

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"Fizeram todo o tipo de revista na minha casa, não acharam nada. Começaram a ligar para a minha gerente, perguntar o limite de transferência da minha conta", lembra o empresário. "Pegaram a minha carteira. Eu tinha R$ 4.800 em dinheiro no bolso, que era justamente pra eu pagar o aluguel da minha clínica. Eles pegaram os meus cartões, tem meu nome, minha agência, tem conta".

Com os dados do empresário em mãos, os policiais teriam iniciado a tentativa de liberar valroes para transferências bancárias. "Começaram a perguntar quanto eu conseguiria de empréstimo, qual o valor de transferência", diz.

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Após fazer as buscas na casa do empresário por quase duas horas, o colocaram novamente na viatura e o conduziram para a delegacia da Polícia Civil. No caminho, pararam em um posto de combustível e teriam enchido o tanque da viatura com dinheiro da vítima.

Já na delegacia, o empresário entrou em contato com seu advogado e disse o que estava acontecendo. Quando chegou no local, o defensor, mesmo sabendo que o empresário não havia cometido nenhuma ilegalidade, aceitou pagar R$ 31 mil para liberar o cliente.

Depois disso, passou a gravar as conversas com os policiais civis, além de ter acionado a Corregedoria da Polícia Civil, Ministério Público e entrado com pedido de habeas corpus provisória no Justiça. Tudo sem que os investigadores soubessem.

Nos dias seguintes, então, o empresário, a esposa dele e o advogado passaram a registrar as tentativas de extorsão e os policiais, sem saber que estavam sendo gravados, prosseguiam com as chantagens. 

Após tomarem conhecimento que a corregedoria tinha conhecimento dos fatos e estava investigando, os policiais passaram a adotar outra postura e, inclusive, oferecendo dinheiro para o empresário não levar a denúncia adiante.

Quando viram que o empresário não venderia o silêncio, passaram a ameaçar. Carros estranhos e com pessoas com identificação da Polícia Civil passaram a circular em frente à casa da vítima. "Hoje eu tenho medo de sofrer um atentado, de sofrer uma emboscada deles mesmo", diz o empresário.

Questionada pela reportagem, a Polícia Civil disse que o caso é investigado pela corregedoria e afirma não compactuar com nenhum tipo de desvio dos seus agentes.

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