Vídeo mostra policial ao apontar arma para adolescente já imobilizado
Reprodução Record TVOs policiais filmados ao agredir pelo menos dois estudantes na noite da terça-feira (18) nos corredores de uma escola pública da zona oeste, em São Paulo, foram afastados nesta quarta-feira (19). A Polícia Militar afirmou que os homens foram identificados e "afastados da atividade operacional até o término das investigações".
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A ação da Polícia Militar na Escola Estadual Emydio de Barros, no Rio Pequeno, na região do Butantã, foi filmada por outros alunos que, aos gritos, pediam que as agressões parassem. "É o mais correto que poderia ter ocorrido", afirma Valdison Pereira, conselheiro estadual de Direitos Humanos do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana).
Os vídeos, que circulam nas redes sociais, mostram policiais retirando um jovem, de 18 anos, de uma sala de aula, enquanto outro adolescente, de 17 anos, de camiseta azul se prepara para pegar o celular e filmar a abordagem.
Um dos policiais agride o garoto de 18 anos e o leva para uma sala de aula. Em meio ao tumulto, o outro rapaz tenta impedir a agressão. Um segundo policial se posiciona na porta da sala para impedir a entrada dos alunos. O policial dispara um spray de pimenta contra o aluno que, por sua vez, tenta pegar o celular para registrar a agressão.
O jovem que estava na sala de aula é retirado à força. Nesse momento, o adolescente que tentou registrar a ação dos policiais com o celular leva uma rasteira dos policiais e cai no chão. Deitado, ele é agredido novamente pela polícia com um tapa no rosto.
Outros estudantes se juntam diante da polícia quando um dos policiais aponta uma arma para os alunos. Enquanto isso, o jovem de 18 anos continua imobilizado por um dos agentes com um 'mata-leão'. "O vídeo mostra um total despreparo dos políciais ao apontar uma arma para jovens estudantes. É uma situação grave de ameça", diz o conselheiro do Condepe.
De acordo com relato dos familiares e da direção da escola, um garoto de 18 anos seria um ex-estudante que abandonou os estudos e teve a matrícula cancelada. Na terça-feira (18), ele teria retornado à sala de aula e se recusado a atender o pedido da diretora da unidade para que deixasse o local. A direção acionou viaturas da Polícia Militar que participam do Programa de Policiamento Escolar.
Outro lado
A SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que “todas as circunstâncias relativas ao fato serão apuradas. As imagens exibidas pela reportagem são analisadas pela Polícia Militar para a identificação dos envolvidos e a adoção das medidas cabíveis”.
Em um primeiro momento, a Polícia Militar afirmou que havia "um registro de ocorrência, por volta das 20h00, de um aluno desacatando funcionários e que a ocorrência foi resolvida no local."
A Secretaria de Educação do Estado declarou, por meio de nota, que vai apurar o episódio e que colabora com a polícia para esclarecer o fato.