Professores de 102 escolas de São Paulo decidiram suspender as aulas nesta terça-feira (29) para se manifestar contra revisões dos direitos trabalhistas da categoria.
Às 14h, haverá uma assembleia no Sindicato dos Professores de São Paulo (SinproSP), na Vila Mariana, para decidir sobre a possibilidade de greve.
Em seguida, a categoria se reunirá com outros grupos na estação Santa Cruz do metrô e seguirá em passeata para a Avenida Paulista.
Professores particulares aderem à greve contra reformas e pais se revoltam
O impasse entre os funcionários e as instituições de ensino já dura cinco meses e tem como motivação o interesse do sindicato patronal em rever direitos estabelecidos em acordo coletivo vigente desde a década de 1990.
Entre os direitos reivindicados pelos professores, está o de manter os 30 dias de recesso remunerado no final do ano, duas bolsas de estudo para os filhos e evitar o fim das férias coletivas e a possibilidade de redução de salários por acordo.
Segundo o SinproSP, algumas escolas se posicionaram contra essas mudanças, mas mesmo assim os professores lutam para manter essas garantias de maneira coletiva e não individualizada.
Em uma semana, a adesão à paralisação deu um salto: na suspensão das aulas em 22 de maio, apenas profissionais de 32 escolas apoiaram e agora o número é quase três vezes maior.
O outro lado
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp) defende que é necessário promover algumas mudanças nas regras que regem as relações de trabalho entre escolas e professores.
"Não é razoável, por exemplo, manter um recesso de 30 dias de descanso aos professores, além dos 30 dias de férias comuns aos demais trabalhadores do setor privado. Quem mais, além dos professores, desfruta de 60 dias de férias?", questiona nota oficial divulgada pela instituição.
Paralisação de professores divide pais em escolas particulares de SP
A proposta levada pelo Sieeesp à mesa de negociações com o Sindicato dos Professores foi de redução de 30 para 23 dias no recesso, com o objetivo de permitir que as escolas façam uso pedagógico desses sete dias adicionais como complemento aos 200 dias letivos anuais obrigatórios segundo exigência da Base Nacional Comum Curricular.
Outro ponto da disputa são as bolsas oferecidas aos filhos dos professores. Hoje, em qualquer situação, o profissional tem direito de matricular dois filhos na escola em que trabalha sem nenhuma cobrança de mensalidade. O Sieeesp quer reduzir as vagas para apenas uma em colégios com até 200 alunos.
"É uma medida protetiva para as pequenas escolas e, por consequência, uma garantia da preservação da saúde financeira e da manutenção de postos de trabalho", diz outro trecho do texto.
O terceiro ponto de divergência com o SinproSP diz respeito à ampliação, proposta pelo Sieeesp, de 22 para 36 meses o prazo para que um professor fique protegido pela chamada semestralidade.
A regra atual determina que um professor com 22 meses ou mais de casa só poderá ser demitido nas passagens de semestre. A proposta do sindicato patronal é estender esse prazo para 36 meses.
Confira a lista com as 103 escolas sem aulas nesta terça, segundo o Sinpro-SP:
1.Abilita
2.Alecrim
3.Anglo 21
4.Anglo Leonardo da Vinci
5.Anglo Vestibulares São Paulo (unidades Tamandaré, Sergipe e João Dias) **
6.Ânima
7.Arete
8.Arraial das Cores
9.Ateneu Osasco
10.Bakhita
11.Be.Living
12.Builders Educação Bilingue
13.Carandá – Viva vida
14.Casinha Pequenina
15.Colégio Canello Marques
16.Colégio Anglo São Paulo **
17.Colégio Arquidiocesano*
18.Colégio Cristo Rei
19.Colégio Friburgo
20.Colégio Global
21.Colégio Hugo Sarmento
22.Colégio Mater Amabilis (Guarulhos)
23.Colégio Murupiara
24.Colégio Nova Estrela Guia
25.Colégio Pauliceias
26.Colégio Pedroso e Oliveira (fund 2 e médio )
27.Colégio Pedroso Objetivo
28.Colégio da Polícia Militar –Centro
29.Colégio da Polícia Militar – Itaquera
30.Colégio da Polícia Militar – Penha
31.Colégio da Polícia Militar – Santo Amaro
32.Colégio da Polícia Militar – Vila Talarico
33.Colégio Regina Mundi
34.Colégio Santa Maria (ensino médio)
35.Costa Zavagli
36.Escola Alto de Pinheiro
37.Escola Fazendo Arte
38.Escola Jacarandá
39.Escola Pé Pequeno
40.Escola Vila Alpha
41.Emilie de Villeneuve
42.Equipe
43.Escola da Vila
44.Escola do Bairro
45.Escola Miguilim
46.Escola Vera Cruz
47.Escola Viva
48.Espaço Brincar
49.Estilo de Aprender
50.Estrela Guia
51.Giordano Bruno
52.Gracinha
53.Grão de Chão
54.Ítaca
55.Liceu Pasteur (francês)
56.Lumiar
57.Madre Cabrini **
58.Magister
59.Maple Bear Granja Julieta
60.Maple Bear Guarulhos
61.Maple Bear Jaguaré **
62.Maple Bear Klabin
63.Maple Bear Santana
64.Maple Bear Vila Mascote**
65.Notre Dame
66.Novo Ideal
67.Ofélia Fonseca
68.Oswald
69.Parâmetros
70.Parque Maravilha **
71.Pataxó
72.Pathernon (Guarulhos)
73.Pentágono (3 unidades)
74.Playpen
75.Politeia
76.Primeira
77.Projeto Vida **
78.Quintal do João Menino
79.Rainha da Paz
80.Recreio
81.Santa Amália Tatuapé
82.Santa Clara
83.Santa Clara de Assis
84.Santa Cruz*
85.Santa Maria de Nazaré
86.Santi
87.São Domingos
88.São Teodoro de Nossa Senhora do Sion
89.Simão Frugis
90.Stance Dual
91.Teia de Aprendizagens
92.Teia Multicultural
93.Tutor School
94.Waldorf Aitiara (Botucatu)
95.Waldorf Berta e Emil Molt
96.Waldorf Francisco de Assis
97.Waldorf Guayi
98.Waldorf Micael
99.Waldorf Ribeirão Pires
100.Waldorf São Francisco de Assis
101.Waldorf São Paulo
102.Waldorf Viver Bauru
* paralisação total à tarde; atividades "temáticas" na parte da manhã e à noite.
** paralisação parcial