Pedestres enfrentam calor e baixa umidade do ar na região central de São Paulo
NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDOA cidade de São Paulo está com os percentuais de umidade do ar abaixo de 20% e teve o pico de calor no inverno desde o ano de 2015, com 34,2°C, nesta quarta-feira (11). O nível de umidade do ar atual coloca a cidade em estado de alerta (o estado de emergência é declarado com valor abaixo de 12%). As informações são do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Leia mais: São Paulo deve ter uma semana com dias ensolarados, quentes e secos
A forte onda de calor que atinge o Estado de São Paulo nesta semana levou a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil a emitir um alerta sobre a temperatura. Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas, Sorocaba e Baixada Santista, o calor ainda pode chegar a 35°C.
Em Ribeirão Preto, interior do estado, foi registrada a maior temperatura deste ano, com 38°C. O mesmo ocorreu em Barretos, que marcou o pico de calor em 2019 com 38,6°C.
Nesta terça-feira (10), a cidade de Ilha Solteira, no extremo oeste, já registrou temperatura de 40,6ºC, a mais alta do ano, segundo a estação climatológica da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura deve ficar cinco graus acima da média. O calor excessivo representa risco de hipertermia que, em alguns casos, pode levar à morte.
Leia mais: SP terá campanha contra dengue em outubro após inverno 'quente'
As prefeituras foram alertadas para recomendar a suspensão de exercícios ao ar livre nos momentos mais quentes, entre 11h e 17 horas. As pessoas devem ficar em locais protegidos do sol e evitar sair ao ar livre sem proteção solar. Há recomendação para suspender as aulas se houver risco para os alunos.
Condições climáticas não surpreendem
O calor e a alternância de temperatura são fenômenos climáticos normais nesta época do ano, como contou a meteorologista Maria Clara Sassaki, da Somar Meteorologia. "Estamos saindo do inverno (com temperaturas mais baixas e clima mais seco), caminhando para a primavea e o verão. Então neste período de transição, acontecem estes picos de temperatura alta e de temperatura baixa”, disse Sassaki.
Porém, a meteorologista afirmou que devido ao aquecimento da atmosfera (em decorrência do El Ninõ) os picos de temperatura estão mais acentuados neste ano.
Ela também comentou que o calor deve continuar nos próximos dias.
“Estamos em uma situação de bloqueio atmosférico, as frentes frias não conseguem chegar até o sudeste do Brasil. O que é, para esta época do ano, o principal mecanismo que traz umidade à região. Não tem formação de nuvens carregadas, então a temperatura sobe bastante. Pelo menos até os próximos cinco dias, não teremos nada de chuva, e as temperaturas estarão cada vez mais altas”, falou meteorologista.
Sassaki ainda alertou para a possibilidade de temporais caso as frentes frias encontrem as massas de calor.
Cuidados
Apesar do calor, o ar seco e a poluição serem incômodos para a maior parte das pessoas, há maneiras de minimizar os efeitos. São elas:
• Manter-se hidratado;
• Evitar a prática de exercícios físicos nas horas mais quentes do dia;
• Usar colírios no caso de olhos ressecados;
• Lavar as narinas com soro fisiológico;
• Colacar umidificador nos ambientes;
• Evitar bebidas alcoólicas em excesso.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Vinhas