A Polícia Civil acredita que os dois corpos localizados no acostamento do km 48 do Rodoanel Mário Covas, na divisa entre São Paulo e Itapecerica da Sera, nesta terça-feira (15), são de Júlia Renata Garcia Rafael de 26 anos, e Claúdia Cristina, de 35, ambas desaparecidas desde o dia 3 de junho, quando foram em uma festa na comunidade Paraisópolis, na zona sul da capital paulista.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, os corpos estavam sujos de terra, o que indica que já haviam sido enterrados e desenterrados. As vítimas aparentavam ter entre 25 e 30 anos, vestiam calças jeans e blusas cropped. Uma delas tinha tatuagens no braço.
"Pelas tatuagens, 99% da nossa convicção é que são as meninas", afirmou o delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), setor responsável pela investigação, em entrevista à Record TV. Entretanto, apenas os exames necroscópicos do IML (Instituto Médico Legal) Sul, para onde os corpos foram encaminhados, poderão confirmar as identidades.
A mãe de Júlia permanece no Instituto Médico Legal (IML). Quanto à Cláudia, não há nenhum familiar em São Paulo para que seja realizada a liberação do corpo. Por isso, a família tenta uma autorização para que uma amiga da mulher faça a liberação.
Para a Polícia Civil, as vítimas teriam sido atraídas para uma balada e, quando saíram do local, foram mortas e enterradas em algum terreno — que ainda não foi descoberto. Em seguida, os corpos das mulheres teriam sido desenterrados, na madrugada desta terça-feira (15), e colocados do Rodoanel. O corpo de Júlia estava por baixo e de Claúdia, por cima. Além disso, os responsáveis por ocultar o crime jogaram cal nos cadáveres para acelerar a decomposição.
Mulheres desapareceram depois de ir a um baile funk em Paraisópolis
Reprodução/ Record TVO DHPP suspeita que a presença ostensiva da Polícia Militar na comunidade de Paraisópolis nos últimos dias tenha motivado os criminosos a desenterrarem os corpos e jogá-los em uma via pública.
A Polícia Civil ainda trabalha com a hipotese de que a motivação das mortes das mulheres são distintas.
A principal linha de investigação do DHPP é que uma facção criminosa que atua comunidade seja o responsável pela morte de Cláudia. Até o momento, não se sabe o número de envolvidos no crime.
De acordo com o delegado Fábio Pinheiro, do DHPP, a polícia recebeu a informação de que Cláudia teria um relacionamento com um policial — o que poderia ter levado os criminosos a acreditarem que a mulher seria uma informante da polícia. Sobre Júlia, ainda não há informações sobre o que poderia ter motivado a sua morte.
Segundo uma advogada que representa a família de Júlia, uma vez feito o reconhecimento e a liberação dos corpos, eles serão levados para Manaus, estado de origem das duas jovens.
A prefeitura da cidade natal de Júlia e Cláudia foi responsável pela contratação da funerária, que fará o deslocamento dos corpos, uma vez que as famílias não possuem condições financeiras para tal.