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SP ganha campanha de conscientização sobre violência velada contra idosos

Uma van do Sesc está gravando os relatos de violência; campanha existe desde 2008

São Paulo|Juca Guimarães, do R7

A van do Sesc vai gravar depoimento de idosos sobre violência
A van do Sesc vai gravar depoimento de idosos sobre violência A van do Sesc vai gravar depoimento de idosos sobre violência

De hoje (15) até o dia 22 de junho, acontece em São Paulo a programação especial do Sesc na campanha de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa. O tema deste ano é a violência velada nas suas mais diversas formas e características.

A programação inclui diversas unidades do Sesc, onde acontecerão palestras, bate-papos, exibição de filmes, intervenções artísticas e instalações visuais; todos eles sobre o tema da violência contra o idoso. O propósito é conscientizar a sociedade para que se dê a devida atenção ao problema. 

Ao contrário da violência física que choca e é mais perceptível, a violência velada ocorre sem chamar a atenção de quem está por perto e, muitas vezes, passa batida também pelo idoso, que não percebe que está sendo vítima de uma violência. São casos como menosprezo, humilhação, restrição da liberdade, isolamento do convívio social. Também existe a violência do abuso financeiro e do excesso de cuidados (infantilização do idoso) ou da falta de cuidados (negligência).

"A campanha existe desde 2008 e a partir de 2015, com mais ênfase com a questão do cuidado. Ela trabalha com a melhoria e a reflexão das relações afeitvas do cuidado com o outro. No Brasil, a violência psicológica é a segunda forma mais comum de violência contra idosos", disse Alessandra Nascimento, assistente da gerência de estudos sociais do Sesc-SP.

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O diálogo que o Sesc pretende construir com a campanha não é apenas com os idosos. "A ideia não é falar só com o idoso, mas sim com pessoas de todas as faixas de idade para as relações com o outro melhorem ao longo do tempo. A programação traz temas importantes como a invisibilidade do idoso, da infantilização, do abandono e o excesso de cuidados, que também é uma violência. Quando o idoso perde a autonomia para falar qual a roupa ele quer vestir, a hora que ele quer comer, a hora que ele quer sair de casa, etc.. e tudo isso é decidido pelos filhos ou pelos netos, isso tudo também é uma violência", disse Alessandra.

O Sesc montou uma van equipada com um mini-estúdio para gravar o depoimentos de idosos. "Esses depoimentos serão reunidos em um documentário. No primeiro momento, a proposta é fazer com que as pessoas reflitam sobre essa violência velada. Temos um cardápio de histórias reais de viloências veladas que a gente vai apresentar às pessoas e vamos perguntar se já passaram por isso ou se já viram acontecendo", disse Alessandra.

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A van do Sesc está na praça Osvaldo Cruz, na avenida Paulista. Dia 20, ela estará no Sesc Pinheiros, às 11h; no dia 21, no Sesc Santana (10h); no dia 23, no Sesc Campo Limpo (13h). 

A violência velada contra os idosos tem marcas sutis. "Ele acaba achando que isso é normal, mas sempre gera um desconforto. Só que esse desconforto ele revela, deixa de lado. Por isso, que é necessário fazer este alerta. Precisa destacar que não é normal o idoso perder cada vez mais autonomia sendo uma pessoa lúcida. Se ele tem condições de tomar atitudes, ele precisa continuar fazendo isso. Para ele preservar a questão cognitiva e ser uma pessoa ativa, em todos os sentidos, e tomar as decisões. Os filhos precisam perceber isso e não deixar essa liberdade sumir", disse Alessandra. 

Os casos de abusos contra idosos pode ser denunciado pelo telefone 100, gratuitamente, por qualquer pessoa. "Com a crise econômica, muitas pessoas estão voltando para a casa dos pais ou dos avós e, às vezes, eles [os idosos] são os únicos que tem uma renda fixa com as aposentadorias. Isso acaba fazendo com que os filhos, sem perceber ou de propósito, dividem o dinheiro do idoso sem autorização. Diminuem o espaço dele até que ele se sinta o hóspede dentro da própria casa. Isso é extremamente grave. Os filhos acabam achando que o idoso não precisa mais usar dinheiro", afirmou Alessandra.

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