Jovem foi espancado por policiais militares na zona norte de SP
ReproduçãoO Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJM-SP) pediu a prisão preventiva de oito policiais da 1ª Companhia do 43° Batalhão da Polícia Militar acusados dos crimes de lesão corporal e tortura de um jovem no bairro do Jaçana, na zona norte de São Paulo.
Segundo a Polícia Militar, os mandados de prisão já foram cumpridos e os policias encaminhados para o presídio Romão Gomes, para onde são levados policiais acusados de crimes diversos.
O juiz Marco Theodoro Pinheiro fez o peido de prisão por conta considar a "periculosidade dos agentes" e a necessidade de " manutenção dos princípios da hierarquia e disciplina" e assegurar a "aplicação da lei penal" no caso.
Na decisão o pedido argumenta que existem provas materiais da participação dos sargentos da Polícia Militar de São Paulo, Wagner S. e João A. B., e dos soldados Bruno F. J., Maycon V. S., Eduardo X. S., Igor A. Q. S., Caio W. B. L. e Francisco X. F. N., na agressão contra um jovem de 27 anos e que foram gravadas e publicadas nas redes sociais.
Em uma das filmagens, é possível ver o rapaz sentado em uma escada em uma viela cercado por policiais. Em outro vídeo é possível ver mais agressões dos policiais, espancando o jovem rendido, que chegou a ser coagido por PMs a negar qualquer agressão em seu primeiro depoimento na delegacia.
"As imagens que instruem os autos bem demonstram uma série de agressões praticadas pelos policiais militares investigados contra o civil. Ali se observa quantidade e intensidade de golpes de cassetete e tapas ou socos contra a vítima", escreveu o juiz em sua decisão.
No pedido de prisão o TJM afirma ainda que dois policiais admitem em depoimento terem agredido o jovem, outros dois afirmam ter tentado intervir na ação, e outros três são apontados por coagir a vítima para forjar um depoimento que omitisse a agressão feita pelos policiais.
Até mesmo o governador de São Paulo, João Doria, comentou em uma rede social a ação dos políciais quando foram publicadas. "Absolutamente condenável as atitudes dos policiais militares que abusaram da força. Os policiais envolvidos foram afastados e serão submetidos a inquérito", afirmou.
O R7 tentou contato com a defesa dos policiais militares, mas não conseguiu contato até a publicação desta reportagem para repercutir a decisão da Justiça Militar.