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Verão seco deve causar impacto em reservatórios de SP ao longo de todo o ano, dizem especialistas

Meteorologista destaca preocupação com aumento da demanda durante a Copa

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Chuvas dos próximos meses podem não ser suficientes para normalizar o nível dos reservatórios do Estado
Chuvas dos próximos meses podem não ser suficientes para normalizar o nível dos reservatórios do Estado Chuvas dos próximos meses podem não ser suficientes para normalizar o nível dos reservatórios do Estado

São Paulo deverá sofrer com o efeito da falta de chuvas dos últimos meses durante todo este ano. Na terça-feira (4), o Sistema Canteira — que abastece cerca de 10 milhões de pessoas na capital e região metropolitana — chegou ao mais baixo nível da história: 21,2%, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Para especialistas ouvidos pelo R7, a chance de a situação se normalizar nas represas após o período de seca é baixa.

A professora do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo) Maria Assunção Faus Silva Dias explica que “é pouco provável que março e abril tenham chuvas suficientes” para compensar o período seco.

— De qualquer forma fica faltando essa chuva de dezembro, janeiro e fevereiro que é importantíssima para o balanço entre o que é gasto e o que é colhido nos reservatórios para o resto do ano. É uma coisa que nós temos que nos preocupar ao longo do ano inteiro.

O meteorologista do Cptec/Inpe (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto de Pesquisas Especiais) Olívio Bahia lembra que, normalmente, outono e inverno são estações com volumes de chuva mais baixos.

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— Se a gente passa um verão em que não chove e entra um inverno considerado normal, que também não chove, imagine a situação no meio do ano, durante a Copa, que haverá aumento da demanda. Se essa condição não alterar, a gente pode ter problema mesmo.

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Maria Assunção conta que uma pesquisa feita pelo departamento constatou que essa onda de calor e tempo seco é uma das mais severas já registradas.

— Nós tivemos procurando casos do passado, semelhantes, e acabamos encontrando pelo menos dois anos, 1984 e 2001, em que nós tivemos poucas chuvas. E o que tem de semelhante é o padrão de temperatura da água no oceano Pacífico. É uma anomalia, que não se observa com frequência. Mas esses anos passados não foram tão extremos como este ano, que é um dos mais secos de várias séries históricas, de vários registros, aqui na região de São Paulo, sul de Minas.

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Segundo o Cptec/Inpe, previsões mais estendidas indicam que o tempo deve continuar sem muitas alterações até, pelo menos, a metade de fevereiro. Há possibilidade de chuvas isoladas, mas que, segundo os especialistas, não são suficientes.

De acordo com o meteorologista do Inpe, uma área de baixa pressão que atua no Sul e Sudeste do Brasil impede que frentes frias avancem pelo oceano e provoquem chuvas nessas regiões. Ele ainda alerta que a ausência de nuvens eleva a sensação de calor e, principalmente, os índices de radiação, que tem chegado a níveis extremos em São Paulo.

Enquanto o tempo não muda, a Sabesp já pede aos consumidores que economizem água. Outra mexida da companhia é dar desconto na conta para quem reduzir o uso. O governador Geraldo Alckmin descartou a possibilidade de racionamento até o dia 15, quando deverá chover. 

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