Vítimas de Abdelmassih irão processar professor universitário por "piada" em sala de aula

Ao menos 30 vítimas do médico Roger Abdelmassih - preso em 2014 após ser condenado a 181 de prisão por 56 estupros - entrarão com um processo civil e criminal contra o professor universitário Paulo Ricardo Giaquinto, que teria, segundo alunos, debochado do caso de estupros cometidos pelo médico.

De acordo com a denúncia apresentada por 35 alunos, no dia 15 de março, um grupo apresentava um trabalho sobre o Jardim América, bairro da zona oeste, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, quando um aluno lembrou que a antiga clínica de Abdelmassih ficava no local. "(O professor) comentou, em tom de deboche, sobre como o médico não tinha praticado o crime de estupro, pois o 'contrato dizia reprodução assistida". Após ser procurado por alunas no fim da aula, o professor ainda teria dito que "foi só uma piada".

Ao saber do fato, uma das vítimas do médico, a estudante de direito Vana Lopes, que representa parte das mulheres estupradas por Abdelmassih, decidiu processar o docente.

— Ele [professor] é formador de opinião. Somos um estímulos para outras vítimas, que se enchem de coragem ao ver nossa atuação.

O professor tentou se retratar, por meio de nota, mas Vana mantém a posição das vítimas.

— O que ele fez desencoraja diversas mulheres a denunciarem. Ele está dando voz aos estupradores. Estupro não é piada.

Em nota, a universidade afirmou que recebeu a denúncia, por meio da Ouvidoria, e que o processo segue o trâmite interno, previsto em regulamento. O texto ainda diz que "as circunstâncias estão sendo apuradas para subsidiar as devidas providências".

O R7 tentou contato com o professor, por e-mail, entretanto não teve retorno.

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