Vacina é desenvolvida pela Sinovac e pelo Butantan
Cadu Rolim /Fotoarena/FolhapressÓrgão responsável por emitir pareceres sobre projetos de pesquisas clínicas no Brasil, a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) divulgou nota nesta terça-feira (10) em que defende a continuidade dos estudos com a candidata a vacina contra a covid-19 CoronaVac.
Os testes foram suspensos ontem pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) após o Instituto Butantan, codesenvolvedor do imunizante, notificar a agência sobre um "evento adverso grave" envolvendo um dos voluntários.
No entanto, o episódio foi o suicídio de um dos voluntários, que, embora tenha de ser notificado, não tem relação com o estudo, segundo o Butantan.
“Entendemos que o óbito do voluntário não estava relacionado à aplicação da vacina, por isso optamos por não suspender os ensaios e recomendamos que os pesquisadores nos trouxessem apenas a avaliação final de seu comitê independente”, informou o coordenador da Conep, o médico Jorge Venâncio.
Em entrevista mais cedo, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse que a decisão foi tomada por um órgão colegiado da agência com base nas informações técnicas fornecidas pelo próprios Instituto Butantan. Ele disse que o desenvolvedor não informou que se tratava de um suicídio.
A paralisação dos testes da CoronaVac criou ainda mais tensão entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tripudiou em cima da decisão da Anvisa.
Em resposta a um seguidor, o presidente disse: “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos a tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.
Barra Torres pediu que as decisões da Anvisa não sejam usadas politicamente, e ressaltou que a paralisação dos estudos já ocorreu em outras duas vacinas testadas em voluntários brasileiros: Oxford/AstraZeneca e Janssen.
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