Resumindo a Notícia
- Em 2021, Brasil enfrentou um aumento de 16,8% no número de mortes por Covid-19
- Segundo ano de pandemia teve um balanço pior do que o primeiro (2020)
- Regiões mais atingidas foram Sul, Sudeste e Centro-Oeste
- Aparecimento de novas variantes da Covid pode ter ligação com o aumento
Mortalidade em decorrência da Covid foi mais intensa no segundo ano da pandemia
Marcelo Oliveira/EFE - 21.3.2021No segundo ano da pandemia de Covid-19 no Brasil, o país registrou 1,818 milhão de óbitos, um salto de 16,8% no número de mortes em relação ao ano anterior. Em 2020, o Brasil já tinha registrado um aumento significativo na mortalidade: 1,557 milhão de óbitos, 15,3% a mais que em 2019.
Para ter uma ideia do impacto da doença, de 2010 a 2019, o crescimento anual médio do número de óbitos no país foi de 1,1%. Os dados são da SIS (Síntese dos Indicadores Sociais), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (2).
Entre 2020 e 2021, o Brasil teve 22,3 milhões de casos de Covid-19, com mais de 630 mil mortes confirmadas pela doença. No primeiro ano de pandemia, registros do Ministério da Saúde confirmaram 7,7 milhões de casos e 212,7 mil mortes. Em 2021, o número de casos praticamente dobrou e alcançou 14,6 milhões, que resultaram em 420,3 mil mortes.
O estudo mostra um salto no total de óbitos em 2020 nas cinco regiões do país, que variaram de aumento de 7,6% ante 2019, na região Sul, e de 27,2%, na Norte.
"Isso reflete as grandes dificuldades iniciais na implementação de medidas preventivas, controle e tratamento e o colapso do sistema de saúde em alguns locais e momentos, principalmente devido ao insuficiente acesso a leitos hospitalares e de Unidade de Terapia Intensiva no país", justificou o estudo do IBGE.
"Já em 2021, duas situações foram observadas: aceleração do crescimento nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e desaceleração do crescimento nas regiões Norte e Nordeste", apontou o levantamento.
Esse último cenário, segundo o IBGE, provavelmente ocorreu por uma conjunção de fatores:
• Aparecimento de novas variantes da Covid-19, com suas diferentes características clínicas e epidemiológicas;
• Contexto social, econômico e político para o enfrentamento da pandemia;
• Precária articulação nacional de governos regionais e locais nas ações de enfrentamento;
• Desigualdades regionais e locais na disponibilidade de recursos físicos e humanos para a saúde;
• Impactos positivos da vacinação, que reduziu principalmente a letalidade e os casos graves, majoritariamente nos grupos mais vulneráveis, que foram priorizados nas etapas iniciais do programa de vacinação, que se iniciou no Brasil em 17 de janeiro de 2021.
Segundo o IBGE, a maior taxa de letalidade, que mostra a proporção de mortes em relação ao número de casos, foi de 7%, registrada na 18ª semana epidemiológica de 2020, que se estendeu de 26 de abril e 2 de maio.
A taxa se estabilizou em 2,9% a partir da 32ª semana epidemiológica (de 8 a 14 de agosto) de 2021, quando a cobertura vacinal da primeira dose chegou perto de 55% da população.
Em 2021, a maior incidência de mortes por Covid-19 foi entre homens brancos (30,8%), seguidos de mulheres brancas (25,3%), homens pretos ou pardos (22,8%) e mulheres pretas ou pardas (17,8%).
O número de leitos no SUS (Sistema Único de Saúde) por mil habitantes caiu na última década, e passou de 1,73 leito em 2010 a 1,47 em 2021. O menor valor foi observado em 2019, de 1,42 leito. Já a taxa de leitos não SUS por mil beneficiários de planos de saúde era de 8,93 em 2010 e passou para 4,86 leitos em 2021.
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