A importação da vacina russa Sputnik foi autorizada no Brasil, com ressalvas
Radovan Stoklasa/Reuters - 07.06.2021A eficácia da vacina russa Sputnik V contra a covid-19 é 2,6 vezes menor contra a variante Delta, de origem indiana, afirmou hoje Denis Logunov, vice-diretor de Pesquisa do Centro Gamaleya, que desenvolveu o imunizante.
A Sputnik V mostrou uma eficácia de 97,6% na campanha de vacinação dos russos, mas a variante Delta "diminui ligeiramente a atividade da vacina", disse Logunov em entrevista coletiva à imprensa. "São 2,6 vezes", acrescentou o cientista que, junto com sua equipe.
No entanto, afirmou que, segundo revistas estrangeiras, no caso das vacinas Pfizer e Moderna a eficácia é 3 a 5 vezes menor em relação à variante indiana.
Segundo o diretor da Gamaleya, Alexandr Gintsburg, cerca de 90% dos novos casos de covid-19 registrados na Rússia são da variante indiana.
Tanto ele quanto Logunov destacaram que a única forma de conter a pandemia é por meio da vacinação em um país onde apenas 22,2 milhões de pessoas foram inoculadas, o que corresponde a 15,18% da população, segundo a página Gogov.ru, única que coleta dados atualizados e por região, na ausência de dados oficiais detalhados.
Na semana passada, as autoridades começaram a falar em doses de reforço devido ao aumento dos casos de covid-19, que chegam a quase 21 mil por dia e que fez com que mais de uma dezena de regiões implementassem a vacinação obrigatória para funcionários do setor de serviços e da administração pública.
O Ministério da Saúde recomendou uma dose de reforço a cada seis meses ,se houver uma nova onda da doença, e uma vez por ano, quando a epidemia estiver "calma".
Gintsburg concordou com essas diretrizes, inclusive para aqueles que já tiveram a doença, a fim de manter os anticorpos constantemente elevados.