Nicotina se fixaria no mesmo receptor celular que o coronavírus
Reprodução/Twitter/PutnamCountySOUm estudo feito com 480 pacientes que tiveram resultados de testes positivos para covid-19 em um hospital de Paris, na França, sugere que a nicotina pode ter efeito preventivo contra a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Dentre esses pacientes, 350 foram hospitalizados e os outros 130 voltaram para casa por apresentar sintomas mais leves da doença. Dos hospitalizados, apenas 4,4% eram fumantes. Já entre os que foram liberados, 5,3% fumavam. A média de idade de ambos os grupos foi de 65 e 44 anos, respectivamente.
Os pesquisadores descobriram que o número de fumantes entre os pacientes era muito menor se comparado com a taxa da população em geral. Esse índice fica em 40% para as pessoas na faixa etária de 44 a 53 anos e chega a 11,3% para aqueles entre 65 e 75 anos.
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Uma hipótese, levantada para explicar o efeito preventivo da nicotina, é a de que ela se fixa no mesmo receptor que o novo coronavírus usa para grudar nas células humanas, o que impediria a invasão e a disseminação pelo organismo.
A partir dessas conclusões, os estudiosos aguardam autorização para dar o próximo passo: testar adesivos de nicotina em pacientes com covid-19 e profissionais da saúde. Entretanto, eles enfatizam que fumar traz sérios riscos à saude e mata metade das pessoas que têm esse hábito.
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Além disso, embora a nicotina possa ter esse efeito preventivo, os fumantes que já desenvolveram a covid-19 têm sintomas mais graves por causa do efeito tóxico da fumaça do tabaco nos pulmões.