Fábrica vai produzir 60 milhões de "Aedes do Bem" por semana para combater doenças
Unidade é inaugurada nesta quarta-feira (26) em Piracicaba, no interior de SP
Saúde|Do R7
O mosquito geneticamente modificado que combate o mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya vai começar a ser produzido em grande escala. Isso porque, nesta quarta-feira (26), vai ser inaugurada a primeira unidade de produção do Aedes do Bem em Piracicaba, no interior de São Paulo.
Segundo a Oxitec, até 60 milhões de mosquitos vão ser produzidos por semana — quantidade que pode proteger até 3 milhões de pessoas do ataque do Aedes aegypti selvagem, o principal transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. O diretor da Oxitec do Brasil explica:
— Essa unidade do Aedes do Bem™ representa um investimento de mais de R$ 20 milhões e aumenta em 30 vezes nossa atual capacidade de produção. Com ela, ratificamos nossa capacidade de produzir o mosquito geneticamente modificado em qualquer escala e estamos preparados para expandir nossa produção ainda mais, de acordo com a demanda.
'Aedes do bem' reduz em 91% casos de dengue em Piracicaba
Histórico
Desde final de abril de 2015, os mosquitos produzidos têm sido liberados pela cidade, trazendo bons resultados à população. Segundo a Oxitec, o primeiro bairro onde os mosquitos foram soltos — o CECAP/Eldorado — apresentou uma diminuição de 82% na população de larvas do Aedes aegypti selvagem em comparação com uma área controle.
Em julho de 2016, foram divulgados dados que indicaram uma queda de 91% no número de casos de dengue registrados no bairro em comparação com os anos de 2014/2015.
Os mosquitos geneticamente modificados são machos que não picam nem transmitem doenças. Ao serem soltos na natureza, copulam fêmeas selvagens do Aedes aegypti, e seus descendentes herdam um gene que os faz morrer antes de se tornarem adultos funcionais. Ou seja, as larvas frutos desses cruzamentos morrem antes mesmo de se tornarem adultos e começarem a transmitir doenças.
Além disso, esses descendentes herdam um marcador de cor fluorescente que facilita a identificação deles em laboratório.