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Governo do Paraná dará 500 mil doses da vacina contra a dengue a partir de hoje

Campanha de imunização vai ocorrer nas cidades mais afetadas pela doença em 2016

Saúde|Do R7*

Paraná vai distribuir 500 mil doses da vacina contra a dengue
Paraná vai distribuir 500 mil doses da vacina contra a dengue

O governo do Paraná disponibilizou 500 mil doses da vacina contra a dengue, que, após 20 anos de pesquisas, foi liberada pela Anvisa(Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A campanha começa nesta terça-feira (26).

O governo do Paraná optou por levar a campanha à população das cidades onde ocorreram os maiores números de casos de dengue em 2016. Segundo a secretaria da saúde de Paranaguá — principal município afetado pelo surto da doença —, foram notificados 19.700 casos de dengue na cidade entre 27 de julho de 2015 e 27 de junho de 2016.

Contudo, de acordo com o infectologista e vice-presidente da SBim (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, Paranaguá não tinha apresentado tantos casos de dengue entre 2014 e 2015. Por isso, optar por imunizar apenas moradores das cidades mais afetadas pode ser uma medida ineficaz.

— A vacina vai fazer a diferença se conseguir atingir todas as cidades. Não há como prevenir qual vai ser a próxima a sofrer com uma epidemia de dengue, não é porque neste ano foi Paranaguá que no ano que vem também vai ser.


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Segundo Kfouri, a iniciativa só vai ser benéfica à população se o governo conseguir fornecer as três doses da vacina — o intervalo entre cada dose deve ser de seis meses. 


— É importante que haja um controle para que as pessoas que forem imunizadas com a primeira dose da vacina recebam as outras doses também. O Estado precisa garantir isso a quem for beneficiado pela campanha. 

Kfouri afirmou que a vacina é potencialmente eficaz, com índices de proteção que chegaram a 60%. Ela também evitou que 70% dos casos se agravassem, reduzindo em 80% os níveis de hospitalização. No entanto, há algumas incertezas que rondam a esperança por trás da tão sonhada vacina contra a dengue.


— Ainda não se sabe se o Ministério da Saúde vai aderir à campanha, uma vez que foi um acerto entre o governo do Paraná e a Sanofi Pasteur, a produtora da vacina. Além disso, é preciso identificar qual vai ser a faixa etária das pessoas que vão poder receber a imunização. Ela só vai ter verdadeira eficácia na redução dos casos de dengue se conseguir atingir um grande número de pessoas.

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Zika vírus e febre chikungunya

Apesar de serem doenças virais transmitidas também pelo Aedes aegypti, o zika vírus e a febre chikungunya foram descobertos recentemente, e as complicações que as doenças podem causar a uma vítima ainda não são totalmente conhecidas. Por isso, Kfouri explicou que o Brasil está longe de conseguir criar uma vacina que proteja contra essas outras arboviroses. 

— É ilusório acreditar que logo o Brasil vai poder contar com uma vacina contra o zika vírus e a febre chikungunya. Por isso, os laboratórios precisam apostar nos tratamentos contra essas doenças — medidas que, ao contrário da imunização, podem ser criadas rapidamente. 

*Colaborou: Talyta Vespa, estagiária do R7

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