Vacina da Janssen é testada com cerca de 7.000 voluntários no Brasil
Divulgação/J&JO laboratório belga Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, notificou um evento adverso grave ocorrido com um voluntário brasileiro nos testes da vacina contra covid-19, informou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na tarde desta sexta-feira (8).
Segundo o órgão regulador, não houve necessidade de interromper as vacinações porque todos os voluntários recrutados já haviam recebido as doses.
"De acordo com informações enviadas pela empresa, o evento foi avaliado pelo investigador e pela companhia como não relacionado à vacina", afirma a Anvisa.
O evento em si não foi divulgado pela agência por razões éticas que impedem a publicação de dados envolvendo os voluntários.
"Não serão divulgados dados sobre o (a) voluntário (a) ou se a pessoa fazia parte do grupo que foi imunizada com a vacina propriamente dita ou se era do grupo de controle, que recebe um placebo", finaliza a Anvisa.
Os testes da vacina da Janssen, chamada de Ad26COVS2.S, no Brasil começaram em outubro. Segundo o laboratório, a previsão era recrutar cerca de 7.000 voluntários em 11 estados (SP, BA, DF, RJ, MT, MS, MG, PR, RN, RS e SC.
A vacina chegou a ter os estudos pausados mundialmente em meados de outubro após um evento adverso grave ocorrido com um voluntário no exterior. Em 3 de novembro, a Anvisa autorizou a retomada da pesquisa.
Além do Brasil, a vacina é testada na Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e Estados Unidos.
Uma das principais vantagens em relação às demais é que o imunizante desenvolvido pela Janssen é de dose única.
A previsão é que os primeiros resultados da fase 3 dos testes sejam conhecidos em cerca de dois meses.
A vacina da Janssen é composta de um vetor recombinante, não replicante, de adenovírus, que é capaz de codificar a proteína de pico do SARS-CoV-2.
A tecnologia desta vacina também foi utilizada para desenvolver e fabricar a recém-aprovada vacina da Johnson contra o ebola e elaborar candidatas à vacina contra o zika, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o HIV.
"A plataforma dessa tecnologia foi usada para vacinar mais de 100 mil pessoas até o momento nos programas de vacinas experimentais da Janssen", afirmou a empresa em comunicado.