A Johnson & Johnson anunciou que deve deixar de vender o produto Johnson Powder para bebês nos Estados Unidos e no Canadá por ser suspeito de provocar câncer, por estarem contaminados com amianto.
Segundo a agência de notícias Reuters, a empresa anunciou a mudança como "parte de uma ampla reavaliação do portfólio de produtos de consumo e teria sido motivada pela pandemia causada pelo coronavírus".
A empresa afirmou que as vendas do produto devem ser reduzidas nos próximos meses e que os varejistas continuarão a vender o estoque que já existe.
Ainda segundo a Reuters, a Johnson & Johnson tem 16 mil ações na Justiça de consumidores que processaram a companhia algeando que o talco vendido pela empresa causou câncer.
A causa seria a presença de amianto neste produto, uma fibra mineral que é proibida em boa parte do mundo por ser altamente tóxica e cancerígena. No Brasil esta fibra é conhecida por ser utilizada na fabricação de telhas.
Em 2018, a Johnson & Johnson chegou a ser condenada a pagar US$ 4,69 bilhões a 22 mulheres e suas famílias que alegam que o talco, usado em sua higiene pessoal, teria provocado câncer nos ovários.
A empresa afirma que reforça a confiança que tem em seus produtos e que seus testes não encontraram amianto no Johnson Powder para bebês, mesmo após testes encomendados pelos governos terem encontrado vestígios do material em seus produtos.
"A demanda por Johnson Powder da Johnson baseada em talco na América do Norte tem diminuído em grande parte devido a mudanças nos hábitos do consumidor e alimentadas por informações erradas sobre a segurança do produto e uma constante enxurrada de publicidade em litígios", disse a J&J em comunicado.
Não há informações até o momento se o talco comercializado no Brasil é afetado pela contaminação ou se as vendas serão interrompidas também aqui no país.