Nova York e Nova Jersey concentram metade do número de casos do país
PixabayO Estado de Nova York, onde está situada a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, muito frequentada por brasileiros, enfrenta o pior surto de sarampo das últimas décadas, segundo o jornal norte-americano The New York Times (NYT).
Foram registrados mais de 200 casos de sarampo nos Estados de Nova York e Nova Jersey nos últimos meses, o que corresponde a metade do número de casos no país.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), do governo dos Estados Unidos, os casos ocorreram entre pessoas não vacinadas de comunidades de judeus ortodoxos. Os casos foram associados a viajantes que trouxeram o sarampo de Israel, onde um grande surto está ocorrendo.
De acordo com o órgão de saúde, ao país registrou 17 pontos de surto em 2018, com o total de 349 casos em 26 Estados. O CDC considera 81 casos importados de outros países. Trata-se do segundo maior número de casos de sarampo desde que a doença foi erradicada dos Estados Unidos em 2000 – o maior foi 667, registrado em 2014.
Os Estados que reportaram a doença são Arkansas, Califórnia, Connecticut, Flórida, Illinois, Indiana, Kansas, Louisiana, Maryland, Massachusetts, Michigan, Minnesota, Missouri, Nebraska, Nevada, Nova Jersey, Nova York, Carolina do Norte, Oklahoma, Oregon, Pensilvânia, Carolina do Sul, Tennessee, Texas, Virgínia e Washington.
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Autoridades de saúde iniciaram uma ação nacional para aumentar a cobertura vacinal no país e interromper a disseminação da doença.
Mas o surto ainda não acabou, ressalta o NYT. De acordo com o jornal, a grande dificuldade tem sido a resistência de moradores de bairros ultraortodoxos em aderirem à vacinação e a relatar imediatamente as infecções.
“Às vezes, eles desligam o telefone e não atendem a porta”, afirmou a agente de saúde Patricia Ruppert ao jornal, referindo-se à Rockland, condado onde ocorre o pior surto da região, com 114 casos confirmados.
O NYT ressalta que não houve mortes por sarampo, mas há registro de casos graves em crianças que necessitaram de hospitalização.
Sarampo resiste duas horas dentro de avião
O sarampo é uma doença altamente contagiosa e pode resistir até duas horas dentro de um avião. O vírus se dissemina quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou simplesmente respira no ambiente, frisa o jornal.
A vacina contra o sarampo engloba duas doses. A primeira dose é da vacina tríplice viral, que protege também contra caxumba e rubéola e deve ser dada logo após a criança completar 1 ano. A segunda dose é a vacina tetraviral, que inclui a proteção à varicela (a catapora), aos 15 meses (1 ano e três meses de vida).
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Caso haja atraso na vacinação, crianças de até 4 anos ainda poderão receber as vacinas. Quem não foi vacinado e não teve a doença entre 5 e 29 anos de idade deve tomar duas doses da vacina tríplice viral. Pessoas não vacinadas e que também não tiveram a doença entre 30 e 49 anos devem receber apenas uma dose, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
As vacinas são feitas de vírus vivo atenuado, com aplicação subcutânea.
No Brasil, casos ultrapassam 10 mil registros
O Brasil registrou mais de 10 mil casos confirmados de sarampo e 12 mortes em decorrência da doença em 2018, segundo o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado em 10 de janeiro. O país enfrenta dois surtos da doença: no Amazonas, onde há 9.778 casos e, em Roraima, com 355 registros.
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Casos isolados foram diagnosticados em São Paulo (3), Rio de Janeiro (19), Rio Grande do Sul (45), Rondônia (2), Bahia (2), Pernambuco (4), Pará (61) e Sergipe (4) e Distrito Federal (1).
No caso do Brasil, a doença estava erradicada desde 2016 e o vírus foi importado da Venezuela, de acordo com o Ministério, já que o genótipo do vírus que circula no Brasil é o mesmo da Venezuela, que registra surto da doença desde 2017.
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