O que é anemia aplástica? Especialista explica doença da protagonista da novela Força de Mulher
Na trama exibida pela RECORD, a jovem viúva Bahar precisa de transplante de medula óssea após o diagnóstico
Saúde|Gabriel Alberto, do R7
Na novela Força de Mulher, sucesso exibido pela RECORD, o público acompanha a luta pela vida da protagonista Bahar (Özge Özpirinçci) após o diagnóstico de anemia aplástica. Depois de uma piora da doença, a família da viúva foi avisada sobre a necessidade do transplante de medula óssea. Em entrevista ao R7, o hematologista e oncologista Phillip Scheinberg, coordenador de Hematalogia do Centro de Oncologia e Hematologia da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo, conta como a anemia aplástica se manifesta e qual o tratamento indicado.
“É uma condição em que a medula óssea começa a se tornar insuficiente, uma falha geral, ou seja, não consegue produzir o número adequado de células para as nossas demandas. No hemograma de um paciente com anemia aplástica, todas as taxas começam a cair”, explica.
Segundo o hematologista, a enfermidade pode ser hereditária, mas a principal causa é a que os médicos chamam de adquirida ou imunológica. É quando o corpo passa a atacar e destruir a medula óssea: “O paciente começa a sofrer um ataque no sistema imunológico, como se fosse uma doença autoimune”.
O especialista relata que a condição de Bahar na trama, com episódios de desmaio, fraqueza, fadiga e sangramentos, são sintomas compatíveis com a doença diagnosticada.
“O desmaio é por causa da anemia e o sangramento é ocasionado pela queda das plaquetas. E se a taxa de leucócitos estiver baixa, a pessoa fica suscetível à infecção, porque não tem mais imunidade”.
O diagnóstico é sustentado através do hemograma e dado a partir da biópsia da medula, em que é constatada a baixa produção de células do sangue do paciente: “A anemia aplástica é um diagnóstico de exclusão, ou seja, você tem que afastar outras causas”.
Após Bahar ter sido internada após mais um desmaio, a família da viúva foi comunicada sobre a necessidade do transplante de medula.
De acordo com Scheinberg, esse é o tratamento indicado para pessoas com 40 anos ou menos. A partir daí se inicia a busca por um doador 100% compatível.
“Quando falo isso me refiro a alguém da família, a um irmão de mesmo pai e mesma mãe. Se a pessoa não tiver, vai para o banco de registro de medulas no Brasil, o REDOME, que fica no Rio de Janeiro”.
“É o banco nacional de pessoas que se voluntariaram a doar a medula, há milhões de pessoas registradas. É um dos maiores do mundo”, completou o médico, que revelou que o tempo de espera varia, mas pode chegar a até seis meses, devido a muitas vezes a dificuldade de contato com o doador compatível.
Se a pessoa não encontrar um doador, ou se tiver mais de 40 anos, o tratamento é feito com terapia imunossupressora: “Você precisa defender a medula contra o sistema imune da própria pessoa”.
Anemia aplástica é uma doença de altíssima mortalidade se não for tratada rápida, e o hematologista lembra que antes das terapias modernas, até a década de 1970, 80% a 90% dos pacientes diagnosticados, principalmente na forma severa da doença, morriam.
“Quando as contagens estão muito baixas, é preciso reverter essa insuficiência da medula através do transplante ou da terapia imunossupressora. O transplante é curativo porque você troca uma medula doente por uma medula de um paciente sadio. A terapia imunossupressora tem uma sobrevida muito boa, também é considerada um tratamento definitivo onde você consegue em 2/3 dos casos inibir esse processo autoimune e fazer a medula voltar a funcionar”, afirma.
A novela Força de Mulher vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 21h, na tela da RECORD. Acesse o PlayPlus.com para assistir aos últimos cinco capítulos de graça.