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O que pode estar por trás do problema renal que mantém Paulinha Abelha há 8 dias na UTI

Cantora da banda de forró Calcinha Preta tem quadro neurológico grave. Doença é comum quando os rins não conseguem atuar na limpeza e eliminação de resíduos do organismo 

Saúde|Carla Canteras, do R7

Paulinha Abelha foi internada no dia 11 de fevereiro, após passar mal em turnê em São Paulo
Paulinha Abelha foi internada no dia 11 de fevereiro, após passar mal em turnê em São Paulo Paulinha Abelha foi internada no dia 11 de fevereiro, após passar mal em turnê em São Paulo

O estado de saúde da cantora Paulinha Abelha, da banda de forró Calcinha Preta, segue grave. De acordo com o último boletim médico divulgado, nesta terça-feira (22), ela continua na UTI (unidade de terapia intensiva) do Hospital Primavera, em Aracaju, entubada, com boa oxigenação e sem necessidade de remédios para manter a pressão arterial.

Paulinha foi internada no último dia 11, após passar mal por problemas renais durante uma turnê do grupo em São Paulo. No dia 15, foi encaminhada para a UTI, e o boletim médico dizia que estavam sendo feitos exames para "melhor elucidação do caso". Dois dias depois, houve a piora do estado de saúde e o coma da artista.

A nefrologista Tereza Fakhouri, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que insuficiência renal pode levar a quadros neurológicos graves.

"No funcionamento do nosso organismo a gente produz algumas substâncias que são resíduos do nosso metabolismo, lixo mesmo. No caso do metabolismo proteico, há o resíduo amônia, que é extremamente tóxico para o cérebro. Então, a amônia é convertida pelo fígado em ureia, que reduz a toxidade, mas ainda é tóxica. E o rim é responsável por tirar a ureia do organismo. Quando temos um problema renal, essas substâncias começam a se acumular e chegam até o cérebro, causando um quadro de problemas neurológicos", explica a médica.

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E acrescenta: "Geralmente, o quadro neurológico se inicia com rebaixamento de nível de consciência, uma sonolência, e nos casos mais graves pode levar ao coma. Além disso, algumas medicações utilizadas em pacientes com insuficiência renal podem causar intoxicação".

Na última sexta-feira (18), Paulinha foi transferida para o hospital onde está atualmente. No boletim divulgado naquele dia, os médicos disseram que a cantora respirava com a ajuda de aparelhos e tinha um quadro infeccioso controlado.

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"Em quadros neurológicos graves, o paciente pode perder a proteção da via aérea. Não consegue mais prevenir que a saliva vá para o pulmão, para assim proteger as vias aéreas. Ou então o paciente não consegue respirar sozinho mesmo e pode precisar de intubação, como um suporte na substituição dos pulmões", afirma a nefrologista. 

Doação de sangue

Ontem, o Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Aracaju pediu aos fãs da cantora de forró que doem sangue. Normalmente, pacientes com problemas renais precisam receber transfusão.

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"É comum a necessidade de transfusão sanguínea, porque é muito frequente a anemia em pacientes com insuficiência renal, mesmo nas agudas. O rim também tem a função de produzir um hormônio, chamado eritropoetina, que previne a gente de ter anemia", afirma a médica. 

O que é a diálise que a Paulinha está fazendo?

Além de usar aparelho para respirar, Paulinha segue desde o primeiro dia de internação fazendo tratamento de diálise.

"Uma máquina é usada para substituir a função renal; quando os rins param de funcionar, conseguimos substituir algumas das funções com o aparelho. A máquina tira o sangue do paciente, passa pelo aparelho, que vai filtrar o sangue e eliminar essas substâncias tóxicas para o organismo. Conseguimos tirar água e possíveis eletrólitos que estão desregulados durante uma insuficiência renal", orienta Tereza.

Normalmente, é possível reverter os problemas renais agudos, mas os rins podem ficar com algumas sequelas.

"A reversibilidade depende muito do motivo que levou à insuficiência renal. De uma maneira geral, os quadros são reversíveis. O que pode acontecer é ficar algumas sequelas para esses órgãos com um déficit de função. O paciente que teve insuficiência renal, mesmo que aguda, ou seja, em quadros reversíveis, tem o risco considerável de se tornar um portador de doença renal crônica no futuro", conclui a médica.

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