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OMS indica que doença requer respostas volumosas
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Grupos de risco são uma preocupação para a entidade
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Diretor-geral indica que esforços devem conter o surto através de medidas sanitárias
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Vacinação da Covid-19 ainda é preocupação para a organização
Autoridade afirma que doença não deve ser minimizada
PixabayDiretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta quarta-feira (29) que a varíola do macaco não deve ser minimizada, embora, em reunião recente, o Comitê de Emergência da entidade não tenha aconselhado que ela representa uma emergência de saúde pública de preocupação internacional. Nesse contexto, ele informou que será convocada "rapidamente" nova reunião desse comitê, para reavaliar o quadro.
Segundo Ghebreyesus, os especialistas do comitê ressaltaram que a natureza emergencial do evento de saúde em torno dessa doença "requer esforços de resposta intensos".
O diretor-geral também lembrou que o próprio comitê solicitou que uma nova reunião da entidade seja convocada em breve para analisar o quadro da varíola do macaco, que tem mudado.
A organização ainda disse que está preocupada que a varíola do macaco possa se espalhar para grupos de alto risco, após observar que há uma "transmissão sustentada do vírus".
"Isso pode indicar que o vírus está se instalando e pode passar para grupos de alto risco, como crianças, mulheres grávidas ou pessoas imunossuprimidas", disse o diretor-geral.
Ele revelou que começou a ver "que várias crianças foram infectadas".
A OMS disse que todos os menores de 17 anos se enquadram nessa categoria e que dos casos relatados - dois do Reino Unido e outros ainda a serem confirmados na Espanha e na França - nenhum foi grave.
“No entanto, é uma faixa etária que realmente nos preocupa, mesmo que sejam leves [os casos], por isso temos que fazer todo o possível para controlar esse surto através das medidas sanitárias existentes”, afirmou.
As últimas notificações recebidas pela OMS elevaram para 3.413 casos de varíola do macaco em 50 países não endêmicos para esta doença, que está presente nas últimas décadas na África central e ocidental.
A entidade decidiu, no último final de semana, que o atual surto da doença não constitui atualmente uma emergência sanitária de alcance internacional, como é o caso da Covid-19, após receber uma recomendação neste sentido dos cientistas do seu Comitê de Emergência.
Essa recomendação, no entanto, não foi inicialmente unânime, pois três cientistas membros daquela instância consideraram que estavam reunidas as condições para declarar emergência.
Onze membros manifestaram opinião contrária e a recomendação foi finalmente adotada por consenso, embora os especialistas tenham pedido ao diretor da OMS que, assim que houver informações adicionais sobre esse surto, faça uma nova convocação para avaliar a situação.
A autoridade também falou sobre o quadro da Covid-19, considerando que a pandemia "melhorou, mas não está acabada".
A OMS voltou a pedir que ocorra um avanço na vacinação pelo mundo, sobretudo nos países mais pobres, com foco inicial nos grupos de risco, como os profissionais de saúde e os mais idosos.
A declaração foi dada durante entrevista coletiva.