Que o Ozempic se tornou uma febre, não é segredo para ninguém. Em fevereiro deste ano, as farmácias brasileiras chegaram a enfrentar um desabastecimento do remédio destindo ao tratamento de diabetes tipo 2. Ainda hoje não é todo lugar que tem a caixa com 1 mg, dose máxima, para vender. Isso apesar de a caneta que contém a droga custar em média R$ 1.000: somente R$ 320 a menos do que o salário mínimo vigente hoje no Brasil.
Sintoma dos novos tempos, a hashtag #ozempic já acumula mais de 1 bilhão de visualizações no TikTok, plataforma que ajudou a divulgar a droga.
A procura acima da média foi causada por aqueles que viram no Ozempic, uma medicação para diabéticos aprovada em 2017 nos Estados Unidos, uma chance de emagrecer.
Uma pesquisa da IQVIA, multinacional americana especializada em saúde e tecnologia clínica, mostrou que o remédio saltou da 42ª posição dos mais vendidos em 2020 para a sexta em 2021, ano em que sua função para perda de peso foi aprovada nos EUA.
Devido à alta demanda, a Novo Nordisk, fabricante do medicamento, informou que não deve regularizar a disponibilidade de todas as variações do produto (0,25mg, 0,5mg e 1mg) no Brasil antes de 2024.
Por ser um fármaco novo, sem muitos estudos sobre suas consequências, o Ozempic deu origem às mais estranhas histórias: desde pessoas que passaram a ter sonhos inusitados até aquelas que ficaram com o rosto flácido de tão rápido que foi o emagrecimento, o chamado “Ozempic face”.
Em resposta ao R7, a Novo Nordisk salienta que "dados clínicos com mais de 25 mil participantes em estudos com análogos de GLP-1 em todo o mundo comprovam a segurança dos medicamentos, assim como os dados de farmacovigilância analisados pós-comercialização ao longo dos anos. Em todo o mundo, atualmente, mais de 6,3 milhões de pessoas utilizam os medicamentos para diabetes tipo 2 da Novo Nordisk baseados em análogos de GLP-1 (liraglutida e semaglutida)".
Já em relação ao "Ozempic face", o laboratório também faz uma ponderação.
"Termos como “Face, Dedo e Glúteos de Ozempic®” têm sido atribuídos equivocadamente ao medicamento. Tais efeitos, citados por usuários em matérias e postagens em redes sociais, não são considerados efeitos adversos e não estão conectados ao medicamento, mas sim ao emagrecimento em si, tratando-se de consequência natural da perda de peso, como a que ocorre em qualquer tipo de tratamento, até mesmo com a cirurgia bariátrica."
Em um grupo do Facebook denominado Ozempic — Relatos, pessoas que usam o remédio revelam as mais estranhas experiências.
"Alguém aqui teve algum sintoma de depressão, não quis fazer nada, só chora? Estou assim, só choro, não quero fazer nada", escreveu uma delas.
"Olá, estou fazendo uso do Ozempic e comecei a ter ardência na perna e no braço. Isso aconteceu com alguém aqui no grupo?", indaga outra.
Passado o início dessa moda no Brasil, o R7 ouviu seis pessoas que usaram o remédio, tanto aquelas do grupo-alvo — com obesidade — quanto as que resolveram usar a medicação de modo off-label, como é chamado o uso de drogas farmacêuticas que não seguem as indicações determinadas na bula aprovada pelos órgãos reguladores.
Ou seja: o tratamento é feito por conta e risco do médico que o prescreve. Ou de quem simplesmente vai lá e compra o remédio na farmácia.
De "mudou a minha vida" a "quase morri", os relatos mostram que o remédio atuou de forma particular em cada pessoa, mas, principalmente, que ainda não existem pesquisas suficientes para certificar ou justificar o uso indiscriminado que tem sido feito dele.
A criadora de conteúdo digital Daianny Kelly Rosa, 25 anos, sempre conviveu com a obesidade. Diagnosticada com hipotiroidismo aos 5 anos, ela passou parte da infância submetida a dietas restritivas, uso de shakes, acompanhamento com endocrinologista e reposição hormonal.
Aos 12 anos, conseguiu emagrecer e sair do quadro de obesidade. Mas também teve de lidar com as consequências além da balança.
"Essas dietas muito restritivas me causaram vários danos. Tanto para o meu emocional quanto para a forma com que lido com a comida. Consegui estar magra, sem obesidade, até os meus 17 e 18 anos. Mas sempre controlando a alimentação, sempre", conta Daianny.
De 2019 para 2020, a jovem enfrentou um quadro grave de depressão e esteve no que ela caracteriza como "o auge da obesidade", com 113 kg. Foi quando Daianny decidiu fazer uma cirurgia bariátrica.
Porém, quando todo o pré-operatório estava aprovado pelo plano de saúde, foi declarada a pandemia de Covid-19 e os procedimentos cirúrgicos tiveram que ser adiados. Naquele momento, a influenciadora decidiu se "dar mais uma chance e tentar emagrecer naturalmente, sozinha".
Com acompanhamento médico e de um personal trainer, Daianny conseguiu perder 11 kg de 2020 a 2022.
"Me ajudou muito, porque eu estava obesa a ponto de não conseguir dar uma volta no quarteirão. Já estava tendo problemas nos joelhos. Não era questão de estética, era questão de saúde mesmo", relata.
Apesar de ter considerado uma vitória os quilos perdidos, ela lembra que não conseguia manter uma constância no emagrecimento.
"Estava me matando de fazer exercícios físicos, e a balança não diminuía. Aí vêm os casos de compulsão alimentar. Alterava muito meu peso. Engordava 1 kg, emagrecia 2 kg. E ficou assim durante esses dois anos", recorda.
A jovem sabia que os 11 kg a menos para o seu quadro de obesidade não eram o suficiente. Foram essa certeza e o pedido de casamento do namorado, Murillo Cavalcante, que a encorajaram a procurar novamente ajuda médica para emagrecer.
Depois de uma bateria de exames, ela recebeu a recomendação da endocrinologista de usar Ozempic.
"Topei, por mais que tivesse preconceito com a questão do medicamento para emagrecer. Nunca tinha tomado antes. Só aceitei porque não via mais luz no fim do túnel", afirma.
Em outubro de 2022, Daianny começou o tratamento, que durou seis meses. Foram quatro canetas e uma dose por semana.
"Consegui emagrecer 22 kg nesse tempo. Na minha primeira aplicação, perdi, em uma semana, 6 kg. Depois, foi indo bem mais devagar. Quando estabilizou, foi 1 kg por semana", relata a jovem.
Daianny combinou o medicamento a uma dieta balanceada e a atividades físicas.
Apesar dos benefícios, a influenciadora também teve de lidar com efeitos adversos. Ela teve dificuldades para ir ao banheiro, náuseas e falta de apetite.
"Não tive fadiga; pelo contrário, me sentia mais disposta e animada a cada semana que via o número da balança diminuir", diz.
Hoje com 79 kg, ela já não usa mais o Ozempic. Mas continua no processo de emagrecimento para atingir os sonhados 70 kg para o casamento.
"O Ozempic mudou minha vida. Mas tenho certeza de que só fui bem-sucedida nos meus resultados porque usei precisando usar", afirma a criadora de conteúdo. "As pessoas hoje em dia estão procurando um milagre e acham que só aplicar o medicamento vai resolver o problema delas, e não é assim."
Daianny lembra que o acompanhamento terapêutico também foi essencial. Ela escreveu um diário para não se esquecer do que realmente precisava comer para se manter saciada e procura seguir esse padrão.
"Voltaria 10 mil vezes e faria tudo de novo [com Ozempic]. O meu colesterol estava alto, estava pré-diabética, estava toda ferrada, e hoje me sinto muito bem."
A trabalhadora humanitária Gedilana Rabiei, 41 anos, que mora no Canadá, chegou ao que considera o auge do seu peso em 2018, após dar à luz o pequeno Daniel. Dos 54 kg, Lana, como é apelidada, chegou aos 82 kg.
"Não conseguia comprar roupa, porque sou baixinha. Tenho 1,53 m, e não conseguia me reconhecer no espelho. Não tirava muitas fotos", conta.
Lana passou quatro anos fazendo dieta low carb (zero carboidrato), academia e acompanhamento especializado. Foram 10 kg perdidos, mas que sempre acabavam voltando.
Quando começou a considerar a cirurgia de bypass gástrico, em que o estômago é dividido para criar uma pequena bolsa na parte superior, que limita a quantidade de alimentos que a pessoa ingere, foi aconselhada pelo cirurgião a tentar emagrecer novamente sozinha.
Após saber do Ozempic por uma prima e conversar com uma nutricionista, Lana decidiu dar uma chance ao medicamento.
"No dia 7 de setembro do ano passado [2022], fui a um médico especialista em emagrecimento aqui no Canadá. Já tinha feito alguns exames para ver se estava tudo bem com a minha saúde, principalmente com o fígado, e estava. Saí da consulta com uma amostra grátis [do Ozempic] e comecei a usar", lembra a trabalhadora humanitária.
Em junho deste ano, após nove meses de uso, Gedilana emagreceu 28 kg. Sua meta inicial era chegar aos 55 kg. Agora virou 52 kg.
O remédio também a ajudou a combater a tendência ao diabetes tipo 2.
"Tenho um fantasma de família, porque o meu avô morreu de diabetes, minha tia lutou muito tempo contra a doença e meus pais estão pré-diabéticos. Os meus níveis [de glicemia] estavam muito altos. Todos os meus exames estavam muito ruins. Então, tinha a parte da autoestima, que era muito forte, mas a questão da saúde também era preocupante."
Lana também sofria com compulsões alimentares, como a de doces, que estão controladas após a aplicação do Ozempic. No início, eliminava sempre 1 kg a cada sete dias.
Durante o emagrecimento, não sentiu efeitos adversos fortes, apenas teve dores de cabeça, um episódio de diarreia, uma fase de náuseas e um pouco de refluxo e fraqueza.
Desde o dia em que começou a usar o remédio, segue uma dieta balanceada adaptada às possíveis reações do Ozempic: come alimentos ricos em fibras para evitar a prisão de ventre, por exemplo. "Consigo comer metade do que comia antes."
Ela pratica no mínimo 40 minutos de exercícios diários, hábito que adquiriu em torno do quinto mês de tratamento. "Minha gordura visceral [do abdômen] era acima de 16 e hoje é de 7", conta.
"Vejo, no entanto, que meus braços e minhas pernas estão moles e que meu rosto ficou um pouco flácido. Acredito que, se tivesse feito musculação, não estaria assim."
Apesar das alterações no corpo, Lana diz que o remédio mudou sua vida.
"Coloquei no Ozempic a minha última esperança. Senão, eu ia para a faca. Então, para mim, foi um divisor de águas."
Por recomendação médica, Gedilana continuará usando o remédio por mais seis meses, para perder os 3 kg restantes e, posteriormente, deixar o corpo assimilar o novo peso.
"Para as pessoas que querem perder 5 quilos, poxa, vai fazer uma dieta, vai fazer exercício. Há tantas outras alternativas antes de tomar um remédio controlado", diz.
A professora de inglês Yasmin Gouveia, 26 anos, conheceu o Ozempic por meio do seu nutrólogo, após se queixar de que estava acima do peso que considera ideal: 54 kg.
Em novembro do ano passado, usou uma caneta, como o especialista havia recomendado. Foram 4 kg perdidos em dois meses, mas que voltaram após o término do tratamento.
"Tinha perdido 8 kg só com dieta e exercício. Então foi só uma ajuda. Mas foi um efeito sanfona: emagreci e depois engordei", conta.
Por essa razão, voltou a usar o remédio no início de maio. Hoje a professora está com 63 kg, 9 kg acima do que ela considera o ideal. Ela diz que usa o remédio "para secar mesmo".
"Na primeira vez, só sentia enjoo, mas agora não estou sentindo nada", afirma. "Senti que no final foi mais fácil, porque ele já inibe a fome total", conta.
Fabiana Santos Sobrinho, 34 anos, e Hélio Shigueru Anraku, 37, começaram a usar o Ozempic em abril de 2022, em uma tentativa de perder os quilos ganhos durante as fases mais intensas do isolamento social da pandemia de Covid-19.
"Sempre fui muito magra, aí quando conheci o Shigueru engordei muito rápido: em um mês, foram 6 quilos. Comecei a fazer exercícios e perdi um pouquinho, tipo 3 ou 4 quilos. Aí veio o isolamento e engordei tudo de novo. De 54 kg fui para 61 kg", relata Fabiana.
Shigueru, que estava acostumado a se manter nos 84 kg, lembra que chegou a pesar 99 kg. Após ficar sabendo do medicamento por amigos e pesquisar como usá-lo na internet, o casal passou a aplicá-lo por conta própria.
Eles ainda começaram a praticar beach tennis, ir à academia diariamente e fazer refeições mais balanceadas.
Quem mais sentiu os efeitos do Ozempic foi Fabiana, que ficou totalmente sem apetite, viu alterações no rosto e não conseguia escovar os dentes sem vomitar.
Nas duas noites que fez refeições depois das 22h, acordou de madrugada com sensação de estufamento.
"Toda a gordura que estava preenchendo meu rosto, que esticou, cedeu. Me senti mais velha e depois descobri que era por causa do Ozempic", diz Fabi.
"Quando ia escovar os dentes, vomitava. Achava que era por outra razão, que a escova me dava ânsia. Mas, quando deixei de usar o remédio, os vômitos pararam."
Ela parou de usar a medicação porque não conseguia comer. "Não fazia nenhuma refeição."
Shigueru não sentiu efeitos colaterais, mas teve completa perda de apetite. "Teve um dia em que estava trabalhando e esqueci de comer. Até que começou a me dar dor de cabeça."
Mesmo após um ano de uso, Fabiana não conseguiu voltar a comer normalmente. Hoje segue uma dieta com nutricionista para ganhar massa. Já Shigueru diminuiu o ritmo de exercícios e engordou 3 kg.
Fabi conta que ao menos sete pessoas começaram a usar o Ozempic depois de acompanhar o seu processo de emagrecimento nas redes sociais.
"Para nós foi assim: está todo mundo usando, vamos ver se funciona para a gente. Foi para cortar caminho", diz Fabi.
Hoje com "vergonha na cara", eles procuram praticar esportes e comer melhor.
E., que preferiu não se identificar, conheceu o Ozempic durante sua rotina na farmácia onde trabalha. Ela percebeu que muitos clientes estavam usando o remédio e conseguindo emagrecer e decidiu tentar também.
Sem ter ciência dos efeitos colaterais e sem acompanhamento médico, chegou a fazer duas aplicações, mas não conseguiu continuar.
"Eu tive uma reação alérgica, não me dei bem. Fiquei com diarreia, com muito calafrio no corpo. Minha pressão abaixou totalmente, senti muito frio e pensei que ia morrer", conta.
Ela acredita que o seu organismo não aceitou o remédio. Além dos sintomas citados acima, teve sudorese e mal-estar extremo.
Foi apenas depois de sentir os efeitos adversos que ela teve a iniciativa de ler a bula do Ozempic e acabou desistindo do remédio.
A história do Ozempic no Brasil é a continuação da de outros medicamentos desenvolvidos pela mesma farmacêutica, a dinamarquesa Novo Nordisk.
O primeiro deles foi o Victoza, cujo princípio ativo é a liraglutida, aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2011. As injeções diárias subcutâneas eram destinadas a indivíduos com diabetes tipo 2.
Pacientes começaram a perceber, porém, que o medicamento aumentava a saciedade e reduzia o apetite. E não demorou muito para o Victoza se tornar um queridinho de quem queria perder peso.
A exemplo do que acontece com o Ozempic hoje, na década passada ele também desapareceu das prateleiras de muitas farmácias pelo país.
O Victoza foi liberado na mesma época em que a Anvisa proibiu a venda dos anorexígenos anfepramona, femproporex e mazindol, comumente usados por quem queria emagrecer, mas que eram antigos demais e não contavam com estudos atualizados para atestar sua segurança e eficácia conforme os critérios atuais.
Após mais estudos, a Novo Nordisk lançou, em 2016, o Saxenda, voltado a pessoas com índice de massa corporal acima de 30 (obesidade) ou acima de 27 (sobrepeso), desde que esse último grupo tenha alguma doença associada ao peso, como hipertensão, diabetes, colesterol elevado ou apneia obstrutiva do sono, por exemplo.
Ainda assim, as injeções, de até 3 mg, tinham de ser diárias, e a perda de peso média era de 6% (6,4 kg) após 56 semanas, de acordo com uma revisão feita por pesquisadores do Texas, em 2016, e publicada na revista Obesity Science & Practice.
O Ozempic — cujo princípio ativo é a semaglutida, que tem mecanismo de ação semelhante ao da liraglutida, mas que exige uma injeção semanal — foi aprovado pela Anvisa em 2018, mais uma vez somente destinado ao tratamento de diabetes tipo 2.
A Novo Nordisk afirma em nota que "não promove nem incentiva ou apoia nenhuma promoção do uso off-label de seus produtos (em desacordo com as informações descritas na bula do medicamento)".
"Ozempic é um medicamento aprovado e comercializado no Brasil exclusivamente para o tratamento de adultos com diabetes tipo 2 insuficientemente controlado, como adjuvante à dieta e exercício físico, e não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para o tratamento de obesidade", acrescenta a empresa.
A Novo Nordisk ainda reitera que, "atualmente, o único medicamento da companhia aprovado e em comercialização no Brasil para o tratamento da obesidade e do sobrepeso é o Saxenda (liraglutida)".
Em janeiro deste ano, o laboratório obteve o registro na Anvisa do Wegovy, semaglutida com dosagens de 0,25 mg, 0,5 mg, 1 mg, 1,7 mg e 2,4 mg destinada ao tratamento de obesidade e sobrepeso associado a alguma doença.
O medicamento, todavia, deve estar disponível no mercado somente a partir do segundo semestre, certamente a um custo mais alto que o do Ozempic.
"É importante também esclarecer que a obesidade é uma doença crônica e que como tal necessita de tratamento prescrito por médico com medicamento indicado e aprovado para obesidade, acompanhamento médico para a evolução do tratamento, além de dieta balanceada e prática regular de atividade física. Sem esse conjunto de ações a pessoa com obesidade não consegue manter o peso que o profissional de saúde entender que é o mais adequado para sua saúde e qualidade de vida", pontua a fabricante.
*Sob supervisão de Vivian Masutti
Reportagem: Yasmim Santos e Fernando Mellis
Edição: Vivian Masutti
Fotografia: Edu Garcia
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Edição e Finalização: Caíque Ramiro