O pesquisador do Instituto Leônidas e Maria Deane, Felipe Naveca, alerta para os impactos da possível chegada ao Brasil do arbovírus chikungunya. Naveca explicou que os casos notificados foram "importados", ou seja, as pessoas infectaram-se nos países onde o vírus circula e adoeceram quando voltaram para o País. Sua transmissão se dá por meio dos mosquitos Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus, os mesmos vetores da dengue.
Entre os casos estão os de seis militares brasileiros que estiveram no Haiti e, ao retornarem ao Brasil, desenvolveram os sintomas. Todos foram diagnosticados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
— Até o momento, não há registro oficial da circulação do chikungunya no País. Como temos casos em países vizinhos é praticamente impossível impedir a sua entrada no Brasil. Em alguns locais, onde circulou este vírus, foi muito alta a taxa da população infectada.
O pesquisador avalia que, se houver uma epidemia no Brasil, podem ocorrer importantes impactos, dentre eles econômico, pois a pessoa que for acometida pela febre chikungunya terá dificuldade para se recuperar e será obrigada a se afastar do trabalho por um longo tempo. Para impedir a disseminação da doença seria necessário intensificar as ações de combate aos vetores (Aedes aegypti e Aedes albopictus).
Os sintomas são parecidos com os da dengue e manifestam-se entre três a 12 dias após ser infectado pelo arbovírus. O paciente infectado apresenta febre muito alta (acima de 39°C), náuseas, vômitos, intensas dores nas articulações (artralgia) e na cabeça (cefaleia), além de erupções cutâneas (exantema). Em muitos casos, a artralgia pode durar meses e algumas pessoas podem desenvolver casos atípicos (manifestações dermatológica, ocular, cardiovascular, renal e neurológica).
O tratamento é apenas de suporte em que o médico monitora os sintomas do paciente, faz a hidratação e medica com analgésicos. Caso ocorra uma epidemia no Brasil, as unidades de assistência à saúde deverão estar preparadas para minimizar o impacto da doença na população.