Disponibilidade de leitos é critério para aliviar quarentena
Marcelo Chello/CJPress/Estadão Conteúdo - 27.4.2020O estado de São Paulo registrou nesta terça-feira (28) o maior número de mortes por covid-19 em 24 horas desde o início da pandemia.
Foram 224 registros de óbitos de ontem para hoje, totalizando 2.049.
"É um número de óbitos muito importante e é o mais relevante no estado de São Paulo", comentou o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, o infectologista David Uip.
Houve a confirmação de 2.300 novos casos de ontem para hoje (o mais alto desde o início do monitoramento diário), totalizando 24.041 em todo o estado.
O secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, ressaltou que não há mais exames represados no estado e, portanto, estes dados representam a realidade recente.
A Grande São Paulo, área mais afetada, possui 81% dos leitos de UTI ocupados e 70% das vagas em enfermaria.
A ocupação dos leitos de terapia intensiva no estado, no entanto, é menor: 61,6%.
Nesta terça-feira, 3.237 pessoas permaneciam internadas com covid-19, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Destas, 1.437 em UTI e 1.800 em enfermaria.
O aumento de casos e a disponibilidade de vagas em hospitais serão fatores considerados, regionalmente, pelo governo de São Paulo para flexibilizar ou não a quarentena a partir do dia 11 de maio.
O presidente do Cosems/SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo), Geraldo Reple Sobrinho, considerou os números das UTIs na região metropolitana como "de risco".
"Quando você atinge 80% [de ocupação], você começa a ter um certo risco aumentado, e muito aumentado. Isso corrobora um pouco a não abertura [do comércio] eventualmente. Ou quando for feito, estes números vão dizer o caminho a ser seguido, principalmente taxa de ocupação hospitalar e ainda a taxa de ocupação dos leitos de UTI."