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Viciada em celular inventa “rolé” para bombar na web: “Quando recebo poucas curtidas, fico triste”

Jovens entrevistados pelo R7 relatam problemas por dependência pela tecnologia 

Saúde|Do R7

Jovem não se sente bem se os amigos postam que saíram e ela fica em casa
Jovem não se sente bem se os amigos postam que saíram e ela fica em casa Jovem não se sente bem se os amigos postam que saíram e ela fica em casa

Postar as famosas selfies e ficar esperando curtidas e comentários nas redes sociais já se tornou um hábito para Elayne Castro, seja no trabalho ou no fim de semana. A jovem de 24 anos não consegue largar o celular de jeito nenhum e já passou noites sem dormir para ficar respondendo mensagens. Além disso, ela diz que não se sente bem quando suas fotos não fazem o sucesso esperado. 

O nome dado para o desconforto ou a angústia causados pela incapacidade de comunicação através de celulares ou computadores é nomofobia.

— Eu me preocupo bastante em ver se as pessoas curtiram, quem curtiu, comentou [as fotos]. Como chegam as notificações [no celular] eu fico olhando o que está acontecendo. Quando eu posto uma foto e dá poucas curtidas, eu fico meio triste.

Elayne não se sente bem quando vê amigos viajando, saindo e postando nas redes sociais, e já chegou até a inventar que estava fazendo alguma coisa, só para receber curtidas.

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— Às vezes estou em casa sem fazer nada e quero mostrar para os outros que sai. Eu vejo amigos postando que saíram e estão aproveitando em algum lugar e quero mostrar que também estou, e não sem fazer nada em casa.

Elayne ainda conta que fica sempre conectada, mesmo durante o trabalho e, aos fins de semana, não sai do celular por um minuto.

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— Fico com ele no bolso o dia todo, mas não deixo que me atrapalhe. Já tive problemas de tomar bronca do meu chefe por causa de usar o celular no trabalho, mas isso não é frequente.

Assim como Elayne, o analista de comércio exterior Denis Silvestre, 26 anos, também sofre ao ficar longe do aparelho. Além disso, ainda aguenta as reclamações dos amigos e da família, que se irritam com a dependência.

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Nomofobia: Uso excessivo de celular pode levar à ansiedade, tremor e até depressão

Eu fico o dia inteiro com o celular na mão. Durante o trabalho, eu intercalo o uso, mas em casa eu praticamente estou com ele do meu lado toda hora. Meus amigos e família reclamam. Dizem: ‘ah, você não sai disso!' E na hora do almoço meus amigos falam: ‘vamos interagir com o pessoal, larga isso’. Sem o celular eu não consigo ficar tranquilo, fico meio tenso.

Além de também ter que ouvir familiares reclamando por não largar o celular nem “por um minuto”, a publicitária Paula (nome fictício) possui lesão nos pulsos por digitar demais e precisa esconder o celular dentro da bolsa para não usar as redes sociais quando está dirigindo. Ela ainda revela que fica muito irritada quando não tem acesso à internet.

Quando quero conversar com pessoas e não consigo, começo a ficar desesperada, nervosa, e passo a procurar sinais abertos de wifi ou entrar em lojas que tenham internet.

Paula recorda que já fez loucura durante um intercâmbio que fez no Canadá quando seu celular parou de funcionar.

Como eu não tinha dinheiro para arrumar e nem comprar outro, então comecei a pegar emprestado os aparelhos das minhas amigas. No começo, era só para conectar a GoPro, já que eu tinha resolvido tentar ficar sem usar celular por um mês, mas logo não aguentava mais e comecei a usar até o Whatsapp delas. Nas semanas seguintes, eu comecei a sair de casa 30 minutos mais cedo todos os dias só para ficar nas baldeações do metrô com o notebook, já que tinha internet grátis. Não conseguia ficar sem me conectar. E meu notebook é enorme, eu tinha muito trabalho para levar e passava muita vergonha, mas precisava disso.

O vício no celular deixou a vida do consultor de relacionamento, Francisco Lima, 23 anos, em perigo. Ele conta que estava andando na rua um dia e duas moças foram assaltadas ao lado dele, mas ele nem percebeu.

— Às vezes, me sinto prejudicado pelo uso do celular sim, pois as coisas acontecem ao meu lado e, muitas vezes, eu não vejo.

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