Arastasaurus musenacionali teria penas, 3,12 de comprimento e 35 kg
DivulgaçãoUma nova espécie de dinossauro, encontrada em Santana do Cariri, no Ceará, foi apresentada nesta sexta-feira (10) por pesquisadores brasileiros e chineses em entrevista coletiva pela internet. Batizada de Aratasaurus museunacionali (dinossauro nascido do fogo, em português), a nova espécie ganhou nome que homenageia o Museu Nacional, parcialmente destruído por um incêndio, em 2018.
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O fóssil foi encontrado em 2008, na Bacia do Araripe, região que fica entre o Ceará, Pernambuco e Piauí, no Nordeste brasileiro. Após mais de 12 anos de estudos, os pesquisadores estimam que o Aratasaurus museunacionali viveu de 115 a 110 milhões de anos atrás, teria 3,12 m de comprimento e pesaria cerca de 35 kg.
Os estudos foram feitos a partir da descoberta de fósseis que posteriormente seriam identificados como pedaços de fêmur, tíbia e ossos do pé de um animal ainda na fase de crescimento. O material foi levado para a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), onde a paleontóloga Juliana Sayão iniciou a preparação e estudo do fóssil.
A pesquisa indica que a nova espécie encontrada no Ceará teria penas, seria carnívora e enfrentava constantes incêndios em seu hábitat natural. O fóssil tem características semelhantes também a materiais já encontrados na China, país que ajudou no estudo dos pesquisadores brasileiros. O Aratasaurus museunacionali, do grupo dos Coelurosauria, ainda seria um parente próximo dos Tyrannosaurus rex, uma das espécies mais conhecidas entre os leigos.
Em 2016, o fóssil foi enviado ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro, para ser removido da rocha. O material, extremamente frágil, ficou armazenado no prédio anexo do museu, que não foi atingido pelo incêndio de 2018.
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DivulgaçãoNome tupi-grego
O batismo do fóssil surge entre a junção dos fragmentos “ara” + “ata”, que significa “nascido do fogo”, em tupi guarani, e o fragmento “saurus”, derivado do grego e comumente utilizado para se referir a dinossauros.
Segundo o paleontólogo e diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, a divulgação do estudo neste momento mostra que as pesquisas não pararam, apesar da destruição parcial do museu. Alexander ainda afirma que essa descoberta pode desencadear a localização de outros fósseis ainda não estudados.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Patrícia Junqueira