Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília
Publicidade

‘Quem produz não pode sair no prejuízo’, diz relator de proposta de remuneração do conteúdo

Proposta de remuneração do conteúdo jornalístico foi aprovada nesta quarta (22) na Comissão de Comunicação da Câmara

Brasília|Do R7


Deputado Gervásio Maia (PSB-PB)

O deputado Gervásio Maia (PSB-PB) defendeu nesta quarta-feira (22) que é justo que produtores de conteúdo jornalístico sejam remunerados pelos conteúdos reproduzidos nas redes sociais. Ele afirmou que esta é uma forma equilibrada de regular as relações comerciais e valorizar quem produz notícias. Mais cedo, a Comunicação da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que prevê remuneração do conteúdo jornalístico pelas plataformas digitais.

“A partir da aprovação, plataformas serão obrigadas a estabelecer acordo comercial. Nada mais justo que as partes se entendam e quem produziu não saia no prejuízo, é uma forma justa de equilibrar as relações comerciais entre as duas partes e valorizar quem produz notícia em tempos difíceis de fake news. O jornalismo tem um papel muito importante para disseminar a verdade sobre tudo o que acontece no cotidiano do povo brasileiro. É uma grande vitória do jornalismo brasileiro”, afirmou.

A proposta altera o Marco Civil da Internet (MCI) para estimular a pluralidade e diversidade de notícias, assegurar medidas de proteção ao jornalismo nacional e combater as fake news. O texto segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Publicidade

No texto, há a previsão de regras para os beneficiários da remuneração; a vedação de remover conteúdos jornalísticos; e o estabelecimento da livre pactuação entre a plataforma digital de conteúdos de terceiros e as pessoas jurídicas.

Para o presidente da comissão, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), o projeto é importante porque cria uma relação que atualmente não existe entre a produção jornalística e as big techs. “Hoje, gasta-se muito para produzir jornalismo de qualidade, enquanto as big techs usam esse conteúdo sem remunerar nada. Ou seja, investe-se uma fortuna para se chegar a uma boa reportagem, que é então reproduzida em mídias sociais sem compensação para quem investiu na criação desse conteúdo”, comentou.

Publicidade

“Esta lei estabelece uma forma de compensação e remuneração para quem produz jornalismo no Brasil. Valoriza a imprensa, todo o setor de radiodifusão no país, e, principalmente, os profissionais de jornalismo.”

A proposta prevê ainda a adoção de uma política de tratamento não discriminatório das empresas de mídia, incluindo jornais, revistas, rádio e televisão, legalmente instituídas. Além disso, cria mecanismos para promover a diversidade de conteúdo na internet.

Publicidade

Debate

Em março, a remuneração dos veículos jornalísticos foi tema de audiência pública no Congresso. Na ocasião, especialistas destacaram a necessidade de promover a alteração no Marco Civil da Internet e argumentaram que essa medida é importante para garantir a sustentabilidade do jornalismo de qualidade.

A jornalista Bia Barbosa, representante da sociedade civil no conselho, defendeu a retomada da análise dos projetos que abordam a remuneração por conteúdos na internet no Congresso.

“A gente tem um desafio ainda maior que é colocar esse tema como uma prioridade do Brasil hoje. Esse tema, atualmente, não é prioritário, tem sido empurrado pelas organizações que defendem o jornalismo, pelos meios de comunicação e organizações de pesquisa, mas ele não é prioridade no Parlamento, e é uma prioridade muito lateral para algumas pastas do governo federal”, argumentou.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.