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BNDES precisará de novo aporte do Tesouro em 2015; custos dos empréstimos podem subir

Brasil|Do R7

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)vai precisar de novos aportes do Tesouro Nacional em 2015, já que os 30 bilhões de reais liberados nesta quarta-feira atendem às necessidades finais deste ano e apenas parte do ano que vem, disse o presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho.

Medida Provisória publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União autoriza o Tesouro a transferir os recursos para o BNDES, com a emissão de títulos da dívida pública em favor do banco de fomento. Com mais este aporte, o Tesouro terá transferido ao BNDES este ano um total de 60 bilhões de reais.

"Os 30 bilhões de reais atendem a conclusão do ano. Não se sabe quanto porque depende dos ajustes, mas parte (dos recursos) são para 2015", disse Coutinho a jornalistas.

A nova equipe econômica já sinalizou que haverá mudanças na política atual para os bancos públicos, com redução dos aportes do Tesouro que têm contribuído para o aumento da dívida pública bruta.

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Coutinho disse que grande parte dos desembolsos (empréstimos) do BNDES para 2015 já estão contratos, e que a partir daí o banco irá adaptar de forma gradual as concessões de crédito à nova política, diante da necessidade do governo de voltar a fazer superávit fiscal a partir do próximo ano.

"O ano de 2015 em larga medida já está contratado; temos que tomar medidas de moderação, vamos tomar novas medidas para sintonizar com a orientação do governo e isso vai permitir uma redução, mas não é um processo instantâneo", disse Coutinho.

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Neste ano, os desembolsos do BNDES devem ficar em linha com o patamar de 190 bilhões de reais de liberados em 2013, estimou Coutinho. Somente em outubro, o banco emprestou 16,9 bilhões de reais, chegando a 146,6 bilhões de reais nos dez primeiros meses do ano. Normalmente, no fim de cada ano, as liberações de recursos são mais aceleradas.

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CUSTOS MAIS ELEVADOS

Sem a irrigação permanente do Tesouro Nacional no horizonte e diante de problemas no repasse de recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), o banco já negocia com o governo a adoção de novas políticas operacionais.

Elas podem implicar priorização de alguns segmentos e spreads mais elevados para determinadas linhas de financiamento. "As taxas de repasses sofrerão impactos", declarou Coutinho, sem dar detalhes.

Ele garantiu que a ideia é preservar os recursos destinados ao plano Safra e aqueles que fazem parte de parcerias público-privadas e leilões de infraestrutura realizados pelo governo federal.

Paralelamente, o banco já começou a mapear no mercado novas fontes de financiamento para fazer frente à demanda por empréstimos.

"O banco tem várias ferramentas de captação no mercado como debêntures e no passado já fizemos o PIBB (Papéis Índice Brasil Bovespa). Temos captado no exterior e isso fizemos já em moeda estrangeira e com taxa favorável", frisou o presidente do BNDES.

"Temos uma plano de captação, que precisa estar ajustado ao plano de uso", complementou.

O presidente do BNDES não quis comentar as especulações sobre sua eventual saída do comando do banco diante da mudança da equipe econômica. "Meu cargo pertence à presidente Dilma Rousseff", disse.

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(Por Rodrigo Viga Gaier)

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