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Brasil reduz vulnerabilidade social em 27% em dez anos, aponta Ipea

Aumento do emprego e de jovens na escola melhorou desempenho dos municípios no País

Brasil|Do R7

Municípios com alta vulnerabilidade são os que têm piores indicadores de esgoto, saúde, educação, trabalho e infraestrutura
Municípios com alta vulnerabilidade são os que têm piores indicadores de esgoto, saúde, educação, trabalho e infraestrutura Municípios com alta vulnerabilidade são os que têm piores indicadores de esgoto, saúde, educação, trabalho e infraestrutura

O aumento do número de brasileiros com carteira assinada, matriculados na escola e com serviço de coleta de lixo onde vivem diminuiu a vulnerabilidade social em grande parte dos mais de 5.000 municípios do País, mostram dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgados nesta terça-feira (1°).

A vulnerabilidade social ocorre nas cidades quando faltam trabalho, renda, infraestrutura urbana e existe alto índice de mortalidade infantil, além de saúde e educação precárias, dentre outros serviços.

Os dados de cada um dos 5.565 municípios estão no Atlas da Vulnerabilidade Social, que introduz um novo índice: o IVS (Índice de Vulnerabilidade Social). Quanto menor o índice, melhor a qualidade da infraestrutura urbana, da saúde, da escolaridade, da renda e do trabalho no município.

Segundo o estudo, cujos dados têm como base os Censos de 2000 e 2010, a redução nesses dez anos da vulnerabilidade social foi de 27%. A desigualdade regional no desempenho, entretanto, ainda é grande. Cidades de Estados do Nordeste e do Norte do País são mais vulneráveis que aquelas localizadas no Sul.

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Além de mais emprego, escolas e coleta de lixo, os pesquisadores afirmam que a queda na mortalidade infantil de crianças de até 1 ano, a redução do trabalho infantil e o recuo do analfabetismo acima dos 15 anos contribuíram para melhorar o que chamam de “Prosperidade Social” nos municípios.

De acordo com o Atlas, entre 2000 e 2010, o número de cidades com alta ou muito alta vulnerabilidade social diminuiu de 3.610 para 1.981. Ao mesmo tempo, os municípios com baixa ou muito baixa vulnerabilidade passaram de 638 em 2000 para 2.326. Ou seja, o Brasil tem menos cidades com alta vulnerabilidade e mais cidades com baixa vulnerabilidade.

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Os pesquisadores explicaram que para compor o IVS levaram em consideração três dimensões com 16 indicadores. Eles avaliaram a infraestrutura urbana (lixo, esgoto e tempo gasto no deslocamento entre a casa e o trabalho), o capital humano (frequência escolar, escolaridade, analfabetismo, mortalidade infantil) e a renda e trabalho (taxa de desocupação, atividade entre 10 e 14 anos, dependência de idosos e salário) para compor o IVS em cada um dos 5.565 municípios do País.

O pesquisador Marco Aurélio Costa explicou que foram encontrados municípios, principalmente nas regiões metropolitanas, com boa infraestrutura urbana mas com alta vulnerabilidade e nunca o contrário. São cidades com bom IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, calculado pelo Ipea, a Pnud Brasil e a Fundação João Pinheiro e que afere a longevidade, educação e renda nas cidades), mas também alto IVS. 

Costa explicou os critérios usados para compor o IVS a partir de três dimensões: infraestrutura urbana; capital humano; renda e trabalho.

No primeiro caso, o da infraestrutura urbana, são avaliados os investimentos em abastecimento de água e esgotamento sanitário, o número de pessoas servidos por coleta de lixo e ainda o tempo gasto no deslocamento entre a residência e o local de trabalho.

Na dimensão chamada de capital humano, os pesquisadores avaliam a formação escolar, a educação, a estrutura familiar, o analfabetismo e o percentual de pessoas entre 15 e 24 anos que não estudam nem trabalham.

Já na dimensão trabalho e renda, a mais sujeita a variações devido às mudanças na conjuntura econômica do País, o Ipea e seus parceiros avaliaram a ocupação, a informalidade e o percentual de famílias de baixa renda e o percentual da população acima dos 18 anos sem o ensino fundamental completo e na informalidade.

Prosperidade Social

O Ipea também desenvolveu o conceito de Prosperidade Social ao cruzar os dados do IDHM (Instituto de Desenvolvimento Humano Municipal) com o IVS. Municípios mais prósperos são aqueles com alto índice de desenvolvimento humano e baixa vulnerabilidade social. A maior parte deles está concentrada na região Sul do Brasil. Já os menos prósperos estão localizados na região Norte e em Estados do Nordeste como Alagoas e Maranhão.

Municípios

Das 30 cidades do País menos vulneráveis, 21 estão no Sul, oito no Sudeste e uma, a ilha de Fernando de Noronha, no Nordeste. Já dos 30 municípios com altíssima vulnerabilidade, 16 estão no Nordeste e 14 na região Norte. Os extremos das duas situações são Luzerna, no meio-oeste catarinense, de 6.000 habitantes, com o mais baixo índice de vulnerabilidade social e Fernando Falcão, cidade maranhense de 10 mil habitantes que exibe o mais alto índice de vulnerabilidade. Veja o ranking das dez mais e das dez menos abaixo.

Segundo Marco Aurélio Costa, o projeto de pesquisa, que começou em 2012, teve a participação de sete instituições estaduais, além do Ipea. O projeto teve origem em proposta da Fundação Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) e engloba, além dos municípios, as regiões metropolitanas. O Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas tem lançamento previsto para 5 de outubro, em São Paulo. 

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