Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Colheita de café da Cooxupé começa com perspectiva de safra estável

Brasil|

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de café arábica na área de atuação da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, situada no Sul de Minas Gerais, já começou, ainda que uma parte de grãos colhidos seja verde, como em geral acontece com as primeiras coletas, disse o presidente da instituição Carlos Paulino da Costa.

Em entrevista durante o fórum Coffee & Dinner, Costa reafirmou que o volume colhido neste ano deverá ficar praticamente estável na comparação com a fraca temporada de 2014, atingida por uma seca histórica.

Ele estimou a colheita dos cooperados da Cooxupé, com sede em Guaxupé, em 4,6 milhões de sacas de 60 kg, enquanto o volume colhido na região de abrangência da cooperativa foi visto em cerca de 9 milhões de sacas, ou cerca de 20 por cento da produção do Brasil, o maior produtor e exportador global.

Publicidade

"Muito pouco foi colhido, não dá nem pra dimensionar. A colheita vai deslanchar em junho", disse Costa à Reuters, durante evento na noite de segunda-feira promovido pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que reuniu em São Paulo integrantes de toda a cadeia cafeeira, incluindo importadores estrangeiros.

O presidente da Cooxupé destacou, no entanto, que a colheita na área de abrangência da cooperativa terá recuperação importante especialmente no Sul de Minas, que responde por quase 70 por cento do total colhido na região.

Publicidade

Por outro lado, o executivo afirmou que a produção no Cerrado Mineiro, com uma parcela menor do café entregue à Cooxupé, será inferior na comparação com a safra passada.

"Ano passado teve quebra no Sul de Minas, este ano quebrou no Cerrado, que no ano passado colheu muito", destacou Costa, observando que a cooperativa, com atuação também em alguns municípios do Estado de São Paulo, faz levantamento em 2.800 propriedades.

Publicidade

"Por enquanto, a qualidade do café está boa", frisou ele, torcendo para não chover no período da colheita, o que poderia danificar os grãos.

Segundo Costa, se tudo se desenvolver sem sobressaltos, em agosto a colheita da Cooxupé estará concluída.

"Normalmente, em agosto está acabando, vai depender do tempo", afirmou, apontando um índice de mecanização da colheita de 80 por cento na região, considerando a coleta realizada com a chamada derriçadeira, uma máquina portátil que realiza o trabalho de três pessoas.

None

COMERCIALIZAÇÃO

O presidente da Cooxupé disse que acredita que o Brasil poderá ter exportações volumosas em 2015, assim como em 2014, quando exportou um recorde acima de 36 milhões de sacas, considerando a demanda atual pelo produto brasileiro.

No entanto, o tamanho da safra pode limitar os embarques.

"Se tiver café, exportamos (o mesmo que em 2014)", disse ele, comentando estimativas de safras que, no setor, variam com grande amplitude.

Ele observou ainda que o cafeicultor tradicionalmente não vende todo o seu café, pois muitas vezes prefere ficar com uma reserva para negociar nos melhores momentos do mercado ou em caso de necessidade.

"Tem sempre um 'volume morto' que o produtor não vende", disse Costa, comparando esses estoques supostamente não comercializáveis à reserva técnica de reservatórios de água do Sudeste, agora utilizados após severa estiagem em 2014.

Também presente no Coffee & Dinner, o superintendente de comercialização da Cooxupé, Lúcio Dias, afirmou que o comprador parece estar mais disposto a pagar valores pedidos pelos produtores, preocupado, segundo ele, com uma oferta presumidamente mais escassa.

Segundo Dias, os produtores querem vender café a cerca de 480 reais ou 500 reais a saca.

"O cafeicultor está capitalizado, tem posição tranquila, quando chega no valor que ele quer, ele participa do mercado", disse a jornalistas no evento.

Há muitos compradores preocupados com a oferta do Brasil este ano, após a seca de 2014, afirmou o superintendente da cooperativa.

"A oferta vai ser muito justa", projetou.

Segundo Dias, uma prova dessa preocupação com a oferta de café do Brasil é a grande presença de compradores no Coffee & Dinner, que continua nesta terça-feira.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.