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Governo adia discussão de projeto que alivia a dívida de Estados e municípios

Parlamentares optaram por priorizar projeto que convalida os benefícios fiscais 

Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília

Tática foi colocada em prática pelo senador Eunício Oliveira
Tática foi colocada em prática pelo senador Eunício Oliveira Tática foi colocada em prática pelo senador Eunício Oliveira

A maioria dos parlamentares atendeu ao apelo do governo e decidiu, nesta terça-feira (31), dar prioridade ao projeto que convalida benefícios fiscais, em detrimento do texto que alivia a dívida dos Estados e dos municípios. Como a questão da convalidação é polêmica, a estratégia é esvaziar o plenário antes que o projeto do indexador da dívida entre em discussão.

Na prática, a discussão do projeto que alivia a dívida dos Estados e dos municípios foi adiada para a próxima semana. 

A tática foi colocada em prática pelo senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), que apresentou um requerimento de inversão de pauta. Isso porque, o plenário decidiu votar os três projetos que trancam a pauta por terem requerimento de urgência: o que aumenta benefícios em favor da preservação da biodiversidade, o do indexador das dívidas e o da convalidação – nesta ordem.

Mas, o pedido de Eunício, que foi acolhido pela maioria do plenário, colocou o projeto da convalidação na frente de todo os outros, no lugar do texto da bidiversidade — que tem consenso e deve ser aprovado sem dificuldades pelos senadores.

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A medida dá fôlego para que o governo tente fazer acordos paralelos com Estados e municípios sem ter que regulamentar as regras que diminuem os juros cobrados pelas dívidas que os entes federados têm junto à União.

O acordo foi apresentado nesta terça pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Durante audiência pública que durou cerca de sete horas, Levy defendeu que é importante a colaboração dos Estados e dos municípios com o esforço do governo de aumentar o superávit fiscal (economia para pagar os juros da dívida pública) em 2015.

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A proposta do governo é que os débitos continuem sendo quitados com o cálculo anterior dos juros — que torna a parcela maior — e em 2016 será feito o acerto de contas, ou seja, o governo federal devolve o que foi pago a mais.

Os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de São Paulo, Fernando Haddad, já aceitaram os termos do acordo. A intenção de Levy, é que outras cidades também concordem com a proposta.

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— A proposta que o prefeito Paes aceitou é que ele mantivesse esses recursos congelados, em um depósito judicial, observado pela Justiça. Ele poupa esse recurso esse ano, não gasta, e com isso ele contribui para o nosso resultado primário. O entendimento dá segurança ao município e contribui para a realização da meta este ano. Eu acredito que outras cidades estejam dispostas, dando uma contribuição federativa à constituição da meta fiscal.

Negociação

Mesmo com a nova proposta do governo, não houve acordo entre líderes para retirar a urgência do projeto de lei complementar que dá prazo de 30 dias para que o novo indexador da dívida passe a valer. Por isso, o governo foi obrigado a ceder, e preferiu discutir a convalidação para adiar a indexação.

A queda de braço entre Executivo e Legislativo começou em novembro do ano passado, quando o Congresso aprovou a redução dos juros da dívida. No entanto, até agora a presidente Dilma Rousseff não regulamentou a norma. Por isso, na prática, Estados continuam pagando os juros antigos — mais altos.

A medida teria impacto fiscal de pelo menos R$ 3 bilhões para a União em 2015. Por isso, Dilma ainda não regulamentou mudança, alegando que seria prejudicial para o ajuste fiscal.

O texto que obriga o governo a colocar a norma em prática em um prazo de 30 dias foi aprovado na Câmara e agora aguarda apreciação do Senado Federal. ​

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