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Líder do governo anuncia adiamento da votação de MP que restringe seguro-desemprego

Sem vitória garantida, discussão foi interrompida após decisão do presidente da Câmara

Brasil|

Parlamentares no Congresso
Parlamentares no Congresso Parlamentares no Congresso

Sem ter a segurança de uma vitória na votação da MP 665, que modifica direitos trabalhistas, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), anunciou na noite desta terça-feira (5) que a proposta não será votada na noite de hoje. Novas rodadas de negociações devem ocorrer nesta quarta-feira (6).

A discussão da MP chegou a ser iniciada no plenário da Câmara, mas foi interrompida após decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

— A oposição montou um kit obstrução que iria noite adentro e iria gerar um desgaste total dando no final em zero a zero. Foi melhor adiar num dia em que teve muito acirramento dentro da base aliada entorno do tema a começar pela minha bancada do PT — afirmou Guimarães.

Na sequência, o líder do governo recebeu telefonemas de vários integrantes do governo e cúpula do PT. O primeiro a ligar foi o vice-presidente da República, Michel Temer, responsável pela articulação do Palácio do Planalto junto ao Congresso.

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— Ele disse que apoiava a decisão — afirmou Guimarães ao desligar o telefone.

Em seguida, o ex-presidente Lula também telefonou para ter informações sobre a decisão de adiar a votação da MP.

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— Ele perguntou como ficou a posição dos partidos. Disse que estava acompanhando e que a proposta era fundamental para o governo. Pediu ainda para seguir firme — afirmou Guimarães após falar com o ex-presidente.

Também ligou na sequência, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que na ocasião estaria ao lado da presidente Dilma. O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, também entrou em contado com o líder.

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A decisão de adiar a votação ocorre após a bancada do PT não "fechar questão" entorno da proposta.

Ao tomar essa decisão e apenas sinalizar apoio à proposta, os deputados ficaram livres para votar como quisessem no plenário sem correr o risco de haver punição por parte da cúpula da legenda. Ao não fechar questão, o PT também sinalizou para os líderes da base aliada que não estavam coesos entorno da proposta, que atinge categorias que são base eleitoral da maioria dos partidos.

— O PT não fechou questão? Não foi conseguir segurar a bancada — afirmou o líder Celso Russomanno (PRB-SP) ao presenciar os relatos de um petista à reportagem.

Russomanno lidera bancada com 38 deputados divididos entre os partidos PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB, PTC, PSL, PtdoB. O PDT, com 20, também sinalizou contra a votação.

— Numa votação com previsão de ser apertada, precisamos de todos os votos — ressaltou Guimarães.

Segundo alguns integrantes da bancada do PT, a grande resistência dos deputados do partido está não apenas no fato de a MP reduzir benefícios dos trabalhadores, mas também na forma como foi conduzida a elaboração da proposta.

Alguns petistas defendem que o governo inicialmente deveria ter discutido com os setores atingidos pelas mudanças para depois encaminhar um projeto com reajuste fiscal para o Congresso.

— Hoje a maioria da bancada é contra a proposta — afirmou um integrante da bancada que faz parte do grupo contra a votação da MP.

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