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Ministro do TCU vê 'carteirada' de Moro ao limitar provas da Lava Jato

Crítica pública veio de Bruno Dantas e ocorreu após juiz federal proibir uso de documentos contra delatores e empresas que fecharam acordos de leniência

Brasil|Giuliana Saringer, do R7

Moro decidiu restringir uso de provas da Lava Jato
Moro decidiu restringir uso de provas da Lava Jato Moro decidiu restringir uso de provas da Lava Jato

O ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas chamou de "carteirada" a decisão do juiz Sérgio Moro de tirar do Tribunal as provas compartilhadas pela Lava Jato contra delatores e empresas que assinaram acordos de leniência com a força-tarefa da operação. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo, na última sexta-feira (15).

— Se estamos falando de cooperação, não pode haver espaço para uma carteirada de um dos atores que está na mesa de discussão [Moro]. Alguém pretender dizer: ‘Olha, esse elemento de prova é meu e ninguém pode usar.’ Não é assim que se age no Estado de Direito.

Bruno Dantas é o ministro relator do caso que apura suposto superfaturamento na construção da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis (RJ).

Segundo o ministro, somente o STF (Supremo Tribunal Federal) pode retirar as provas do TCU. A determinação de Moro é de abril, mas tornou-se pública na última quarta-feira (13). 

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De acordo com o magistrado, a partir da nova decisão, o uso de provas e informações contra delatores e empresas depende de autorização específica do juízo. O magistrado esclareceu no documento que "a inaplicabilidade de sanções diretas ou indiretas aos colaboradores ou lenientes [...] é medida que tende a amplificar a eficácia dos acordos".

O ministro afirma que as provas sempre foram enviadas "sem reservas" quando solicitadas, complementando que o TCU sempre colabora com a Lava Jato. 

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— Se por um lado nós recebemos muitas informações importantes, nós também colaboramos com a Lava Jato com inúmeras análises, auditorias e documentos. Há uma relação de mão dupla aí. 

Para Dantas, a decisão de Moro mostra uma falta de diálogo. O ministro afirma que a impressão que tem é que, quando os envolvidos se entendem, acontece algo que coloca o entendimento por terra, precisando criar uma nova "regra". 

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Apesar do desentendimento, entre Justiça Federal e o TCU, o ministro Bruno Dantas diz acreditar em uma reviravolta. Para o ministro, "uma vez que a prova chegou aos autos do processo, e se ela é lícita, pouco importa como ela chegou. Ela será considerada".

— A decisão não mediu as consequências com o rigor que deveria ter existido. Tenho certeza que o juiz Sergio Moro, compreendendo o dano que a sua decisão pode causar na persecução ao ressarcimento ao erário dos valores bilionários que foram desviados da Petrobras, vai se convencer que a decisão não é adequada. Não aposto em desarmonia.

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