Num tom conciliador quando questionado sobre se estaria em curso um acordo entre ele e o governo para acabar com a crise política e que envolveria o engavetamento de todos os pedidos de impeachment e o apoio do Planalto a sua permanência na presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que para haver trégua é necessário haver guerra e ela não existe.
Ao contrário de ocasiões anteriores, desta vez Cunha também evitou acusar o governo de estar por trás dos vazamentos acerca de contas bancárias na Suíça supostamente operadas por ele e a respeito das acusações de que teria recebido aproximadamente R$ 20 milhões em propina do esquema conhecido como petrolão.
Eduardo Cunha disse aos jornalistas nesta quarta-feira (14) que continua disposto ao diálogo com o governo e seus principais interlocutores como o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, reconhecido como bom negociador e que há duas semanas substitui Aloízio Mercadante na função de administrar a crise política.
Ele também confirmou que os recursos às medidas liminares dadas por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) contra o trâmite para os pedidos de impeachment na Câmara serão protocolados apenas na sexta-feira (16).
— Para fazer uma boa peça é preciso tempo e eu quero ver pessoalmente tudo o que está sendo argumentado ao STF.
As medidas liminares concedidas aos pedidos do PT contra o trâmite de um eventual acolhimento de um pedido de Impeachment no plenário da Câmara foram recebidas como uma vitória do Planalto que ganharia tempo contra as pretensões da Oposição. Isso também daria fôlego aos acordos pretendidos pelo governo com Cunha a fim de fazê-lo impedir que qualquer pedido prospere.