O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta quinta-feira (20) que as manifestações que vêm se espalhando pelo País tiveram papel importanteno adiamento da votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 37.
A análise da medida — que limita o poder de investigação do Ministério Público — estava marcada para o próximo dia 26. Gurgel disse que o MP (Ministério Público) recebe a notícia com “satisfação relativa” por considerar que a proposta deveria ser excluída da pauta de deliberações do Congresso.
— Não há dúvida de que terá tido influência nisso a movimentação decorrente das manifestações ocorridas em todo o País que incluíram a PEC 37 como uma das principais pautas na luta contra a corrupção.
A afirmação foi feita após lançamento da publicação Ministério Público, Um Retrato. Gurgel também disse que vê no adiamento da votação da PEC 37 o entendimento da Câmara de que é necessário analisar mais adequada e profundamente a questão sem a pressa que vinha caracterizando a intenção de votar a proposta no dia 26.
Procuradores federais rejeitam proposta alternativa à PEC 37
O procurador-geral da República disse que o MP continuará mobilizado contra a PEC 37.
— E claro que é fundamental esse apoio da sociedade. A sociedade é que será a grande perdedora se o Ministério Público tiver retirada essa atribuição [do poder de investigação].
A votação da proposta foi adiada pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), por falta de acordo entre procuradores e delegados. Na quarta-feira (19), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, havia declarado que pediria ao presidente da Câmara que adiasse a votação da proposta.
Isso porque as discussões do grupo de trabalho formado por representantes do Ministério da Justiça, do Ministério Público e das policias Civil e Federal para discutir a PEC terminaram sem consenso. Está marcado para a próxima terça-feira (25) uma nova reunião dos integrantes do grupo com o presidente da Câmara.