O PT (Partido dos Trabalhadores) anunciou nesta sexta-feira (17) que nenhum diretório do partido receberá mais doações empresariais.
A decisão surge no mesmo dia em que foi anunciado Márcio Macedo como novo tesoureiro do partido. O ex-ocupante, João Vaccari Neto, foi presão sob acusação de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Vaccari é apontado como operador do esquema pelo MPF (Ministério Público Federal), que afirma que ele recebeu dinheiro de propina como doação para o PT e que sabia que a origem dos recursos era ilegal.
Após reunião do Diretório Nacional do partido, que durou todo dia na sede nacional em São Paulo, o presidente do PT, Rui Falcão, voltou a defender Vaccari e reiterou que todas as doações recebidas pelo PT foram legais e resultado de operações bancárias. Ele considerou que Vaccari foi preso sem justificativa.
O presidente do PT disse ainda que, o fato de o partido decidir não mais receber doações de empresas privadas, não significa que os recursos deste tipo recebidos até agora não tinham alguma mácula. Uma resolução aprovada pelo partido indica a decisão.
— Decidimos que os diretórios nacional, estadual e municipal não mais receberão doações de empresas privadas.
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O documento afirma ainda que a decisão será detalhada e regulamentada no 5º Congresso Nacional do partido, marcado para junho em Salvador.
Indagado se a proibição de doações empresariais também se aplicará aos candidatos pelo PT em disputas eleitorais, Falcão disse que, como não há eleição neste ano, este não é assunto para agora e que o tema será discutido na legenda.
Onda conservadora
Falcão também fez uma série de críticas ao andamento das investigações da operação Lava Jato. Ele criticou o que chamou de trabalho conjunto entre o Ministério Público, responsável por investigar, e o juiz Sérgio Moro, que tem o encargo de julgar os processos ligados à operação.
O presidente do PT disse haver uma “onda conservadora em curso” no País, com o objetivo de enfraquecer o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT.
— Há uma onda conservadora em curso destinada a cercar a presidenta Dilma, a ensaiar sem base jurídica ou legal o impeachment, porque não se conformam com a derrota eleitoral. E porque há uma finalidade declarada de muita gente, inclusive de parte da imprensa, de destruir o PT.
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