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CPI: senador quer ouvir Guedes ou secretário de Política Econômica

Advogada Bruna Morato disse em oitiva que havia um alinhamento do gabinete paralelo com interesses do ministério da Economia

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

CPI ouve advogada Bruna Morato, que representa 12 advogados da Prevent Senior
CPI ouve advogada Bruna Morato, que representa 12 advogados da Prevent Senior CPI ouve advogada Bruna Morato, que representa 12 advogados da Prevent Senior

Durante o depoimento da advogada Bruna Morato à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta terça-feira (28), o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que é preciso ouvir o ministro da Economia, Paulo Guedes, ou o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida. Bruna representa 12 médicos da operadora de saúde Prevent Senior e levou informações à comissão envolvendo o alinhamento de pessoas do gabinete paralelo, que assessoravam o governo federal, ao Ministério da Economia.

"Eu acredito que a partir do depoimento da doutora Bruna é inevitável pelo menos o secretário de Polícia Econômica do Ministério da Saúde, se não o ministro Paulo Guedes, estar presente na semana que vem. Diante das informações que a CPI dispõe e com o depoimento da doutora Bruna, se torna inevitável marcarmos o depoimento do secretário de Polícia Econômica, se não do próprio ministro Paulo Guedes", afirmou Randolfe. Ele foi apoiado pelos senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Humberto Costa (PT-PE).

Bruna Morato afirmou que havia uma aliança entre a Prevent e um conjunto de médicos que estariam orientando o governo federal, alinhados aos interesses do Ministério da Economia, com um plano para incentivar o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19, mesmo sendo ineficaz no combate à doença, para que as pessoas se sentissem seguras para circular pelas ruas e o país não parasse.

Esses assessores seriam, segundo Bruna, os médicos Anthony Wong e Nise Yamaguchi, e o virologista Paolo Zanotto. Os três seriam integrantes do gabinete pararelo que assessorava o presidente da República, Jair Bolsonaro, com informações negacionistas no âmbito da pandemia. 

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"A Prevent entrava para colaborar com essas pessoas. É como se fosse uma troca, que chamamos na denúncia de pacto, alguns descreveram como aliança. O que me foi dito é que havia um alinhamento ideológico para conceder esperança para as pessoas saírem nas ruas. E essa esperança tinha um nome: cloroquina", afirmou.

A aliança teve início depois que a operadora começou a ser criticada pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, segundo a advogada. Bruna Morato explicou que, conforme relatado pelos médicos representados por ela, o diretor-executivo da Prevent, Pedro Benedito Batista Júnior, tentou se aproximar de outro médico ligado a Mandetta para fazer as críticas pararem. A aproximação não deu resultados e ele passou a tentar se aproximar de supostos assessores que estariam orientando o governo, alinhados ao Ministério da Economia.

A advogada frisou que jamais ouviu qualquer informação que ligasse a questão ao ministro Paulo Guedes e afirmou que não havia uma orientação da pasta. "Mas (havia) uma linha congruente entre o objetivo do Ministério da Economia e o que era propagado por esses supostos assessores paralelos. Esses, sim, passavam orientações e diretrizes à empresa", afirmou. Segundo ela, havia "um plano para que as pessoas saíssem às ruas sem medo".

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