Uma sequência de ataques cibernéticos contra órgãos do governo federal deixa danos e ainda impacta os serviços duas semanas após as primeiras ações dos criminosos virtuais. O Conecte SUS, aplicativo utilizado para acessar o cartão nacional de vacinação, dados de consultas, exames e medicamentos, continua fora do ar. As equipes do Ministério da Saúde tentam restabelecer o serviço, mas ainda sem sucesso.
Saiba quais sites do governo foram atacados por hackers:
Também sofreram investidas cibernéticas os sites da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), da Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público da União), da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), da Embratur, do Instituto Federal do Piauí e do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
No caso dos ataques aos sistemas da Saúde, o governo afirmou que os dados dos brasileiros foram recuperados, e que nenhuma informação foi perdida. O primeiro ataque ocorreu no dia 10 de dezembro, em larga escala. O alvo principal foi o Ministério da Saúde, que teve as rotas de DNS interrompidas.
As rotas de DNS são como estradas na internet, que ligam servidores a sites de internet e intranet que podem ser acessados pelos usuários. Elas também funcionam como tradutores entre os endereços de IP (Internet Protocol) com o endereço real, como r7.com.
Durante o ataque, essas estradas foram derrubadas, e o serviço ficou inoperante. Também ocorreu uma pichação no site da pasta, onde os criminosos virtuais escreveram mensagens de protesto. Até então, acreditava-se que os bancos de dados não tivessem sido acessados. No entanto, três dias depois, em 13 de dezembro, o R7 revelou que um novo ataque havia sido realizado contra a rede interna do ministério.
Na nova investida, os computadores e o sistema de email e de gerenciamento dos sites ligados ao ministério foram derrubados. Até mesmo as linhas de telefone ficaram fora do ar. Não havendo acesso disponível, funcionários foram mandados para casa. Toda a área de informática do órgão ficou inoperante por dois dias.
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O ataque do dia 10 também afetou os sistemas da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Dados de condutores e de policiais foram apagados, e as perdas chegam a quase 100 mil documentos apenas na PRF. A base do ataque foi o datacenter de uma empresa internacional de armazenamento de dados. Posteriormente, uma segunda empresa, dessa vez com servidores em território nacional, foi atacada.