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'Joias nunca passaram pelas minhas mãos', diz Jair Bolsonaro sobre presentes

O ex-presidente esteve no Senado nesta quinta-feira para visitar o gabinete do filho Flávio Bolsonaro

Brasília|Camila Costa, do R7, em Brasília

Conjunto de joias foi doado ao Brasil pelos sauditas
Conjunto de joias foi doado ao Brasil pelos sauditas Conjunto de joias foi doado ao Brasil pelos sauditas

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (19) que as "joias [doadas pela Arábia Saudita ao Brasil] nunca passaram pelas mãos dele" nem pelas mãos da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O ex-chefe de Estado deu a declaração a jornalistas ao deixar o Senado, onde esteve para visitar o gabinete do filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Ao ser questionado sobre a possibilidade de Michelle ser convocada a dar esclarecimentos sobre as joias, Bolsonaro defendeu a esposa e disse que ela já teria se explicado sobre ações específicas durante o governo dele. "Sobre os móveis, ela explica. Tem responsável pela seção de patrimônio, não tem como sumir com móveis do Alvorada, meu Deus do céu. Ela explicou a questão dos R$ 2 bi e pouco de moedas, que foram doadas. Explicou a questão das joias, que ela nunca viu as joias. Num primeiro momento, disseram que valia R$ 16 milhões, estava lá retida na Receita, agora passou para R$ 5 milhões. A Receita [Federal] acabou de informar que não tem que se cobrar imposto por joias que nunca passaram pelas minhas mãos e pelas mãos dela”, declarou.

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O ex-presidente afirmou ainda que tudo o que o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu foi feito, mas que alguns itens permanecem com ele, como facas. "Tudo que determinou eu cumpri. Entreguei fuzil, pistola, mas deve ter uns mil bonés, 50 facas, quadros que fizeram com a minha cara, uma moto de madeira, que pensei que poderia ficar comigo. Dois presentes doei para a Biblioteca Nacional, então só parte de 9.000 itens que está à disposição. Não quero abrir uma instituição, quero doar esse material todo e ficar livre desse problema", disse.

Joias sauditas

Os conjuntos de joias da Arábia Saudita que integrantes do governo de Jair Bolsonaro trouxeram para o Brasil foram dados pelo governo saudita em 2021. O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque os recebeu durante uma viagem oficial ao país do Oriente Médio, para a qual Bolsonaro foi convidado mas enviou o ex-ministro em seu lugar. No retorno para o Brasil, as joias foram identificadas dentro da bagagem de um assessor de Albuquerque.

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Entre os itens de luxo estão a escultura de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros, colar, anel, relógio e um par de brincos com diamantes. Na época da apreensão das joias, Albuquerque chegou a dizer aos servidores da Receita Federal que seriam um presente para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Mais joias

Após a divulgação do caso, também foi revelado que o ex-presidente havia ficado com outro kit de joias dado pela Arábia Saudita. Avaliado em cerca de R$ 500 mil, o conjunto, composto de relógio, caneta, anel, abotoaduras e masbaha (um tipo de rosário), foi oferecido a Bolsonaro em 2021. A defesa do ex-presidente entregou os objetos, em março, à Caixa Econômica.

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O valor estimado do relógio Rolex é de R$ 364 mil. O ex-presidente voltou com o conjunto de joias para o Brasil e deu ordens para que os itens fossem levados ao acervo privado dele. Um formulário de encaminhamento de presentes para o presidente foi preenchido com a especificação de cada item do conjunto de joias.

A guarda dessas joias permaneceu no acervo privado por mais de um ano e meio, até que, já no ano passado, o então presidente deu novas ordens, em 6 de junho de 2022, para ficar pessoalmente com as joias. Dois dias depois, conforme os registros oficiais, as joias já estavam "sob a guarda do presidente da República".

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