Um requerimento aprovado no Senado nesta terça-feira (22) solicita ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência esclarecimentos sobre gastos do presidente Jair Bolsonaro com cartões corporativos. Aprovado pela Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle da Casa, o texto pede detalhes sobre todos os gastos realizados entre 2019 e 2021.
O documento traz a argumentação de que "a atual gestão utiliza os cartões de modo indiscriminado e com pouca responsabilidade fiscal" e que, em um período de três anos, foram gastos, aproximadamente, "R$ 30 milhões com o chamado Cartão de Pagamento do Governo Federal, um valor 19% superior ao despendido nos 4 anos do governo anterior".
A Comissão é presidida pelo senador Reguffe (Podemos-DF), que criticou o sigilo desses gastos. “Defendi nessa Casa, desde que cheguei, no governo Dilma, Temer e agora Bolsonaro, que esses gastos não sejam secretos, não sejam sigilosos. Se é um dinheiro público, a população tem o direito de saber como é gasto cada centavo.”
No começo deste mês, Bolsonaro rebateu as críticas que tem sofrido por ter gasto mais nos cartões corporativos do que os ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer, afirmando que usou mais dinheiro público do que os antecessores porque inaugurou mais obras ao redor do país. “Não tem exagero, pois se tivesse, já tinham pego”, disse na ocasião.
O TCU (Tribunal de Contas da União) confirmou, também em fevereiro, que vai abrir um processo para investigar os gastos do presidente com cartões corporativos. O ministro Antonio Anastasia será o relator do processo e o TCU já conduzia um processo de auditoria para avaliar transações com esses cartões.