Depois de perder espaço para Toyota Hilux, Ford Ranger, Fiat Toro — e até para Renault Duster Oroch — a Chevrolet decidiu mexer na S10 em 2016, para tentar recuperar o terreno perdido. Muita coisa mudou. A grade do radiador cresceu e é integrada aos faróis, que foram redesenhados e ganharam luzes diurnas em LEDs. O capô exibe detalhe em baixo relevo na região posterior. Na traseira, a única novidade é a câmera de ré embutida sob a maçaneta de abertura da tampa. Além das alterações estéticas, foram modificados pequenos elementos, como defletores e vedações, para reduzir o arrasto aerodinâmico e o ruído gerado pelo vento. Por dentro, novo painel de instrumentos, forração das portas remodeladas e revestimentos mais agradáveis ao toque.
Permanecem os motores 2.4 Flex de 206 cv de potência e 27,3 kgfm de torque e o 2.8 diesel com 200 cv e 51 kgfm. As novidades mecânicas começam pela direção elétrica, que permite maior conforto nas manobras e firmeza na estrada, incluindo reações inteligentes — como compensar a inclinação da pista para o motorista não ter de ficar fazendo força à toa nas retas. Para maior conforto e redução do nível de ruído, foram adotados novos coxins na suspensão e nos suportes da carroceria, assim como amortecedores com válvulas especiais que reduziram perceptivelmente o desconforto em terrenos irregulares. A tração é 4X2 de 6 marchas na versão flex e 4X2 ou 4X4 com motorização diesel.
Principais mudanças
As maiores novidades, contudo, estão presentes na eletrônica. A picape ganhou sistema de alerta de colisão em caso de aproximação perigosa do automóvel a frente, que pisca luzes sobre o para-brisa e faz soar um alerta pelos alto-falantes. O problema é que o recurso apenas alerta acerca do perigo e não faz mais nada. Se houvesse frenagem autônoma que detivesse automaticamente o veiculo seria muito melhor.
Outro sistema interessante é o alerta sobre a saída da faixa de rodagem, mas que também deixa a desejar. Da mesma forma que o anterior, emite sinal sonoro ao cruzar uma das demarcações da pista, mas não treme o volante e tampouco corrige a direção para o condutor.
Uma secretária "a seu dispor"
Apesar de a maioria dos recursos só funcionarem em locais cobertos por telefonia celular, destaque especial deve ser dado para o sistema OnStar, presente em todas as versões. Além das funções de segurança, age como se fosse uma secretária ao seu dispor. Ao toque de um botão, uma pessoa (de verdade, e não uma central eletrônica) entra em conversação por meio de um sistema de telefonia embutido no carro e pode fazer para o condutor reservas em hotéis, informar sobre notícias ou enviar para o GPS do veículo quaisquer rotas. Outras funções podem ser acionadas por aplicativo no celular, como limite de velocidade, raio máximo de funcionamento ao entregar o veículo para o manobrista e alerta de região de rodízio ou restrição de tráfego. Outro conforto é o sistema de entretenimento com tela sensível ao toque e espelhamento para o celular. O sistema MyLink2 traz Apple Carplay e Google Android Auto.
Guiando a picape
No teste dinâmico em estradas asfaltadas, de terra e em circuito off-road, a evolução do modelo é perceptível. Além de pular menos, a picape está mais silenciosa e equilibrada. No barro, venceu com facilidade todos os obstáculos, incluindo elevados ângulos de entrada e saída, atoleiros, regiões alagadas com água até o capô (embora isso não seja permitido nas instruções constantes do manual do proprietário), inclinações laterais e muito mais.
Andando apenas com a versão diesel, automática e descarregada, o modelo mostrou muita força em baixas rotações, respostas firmes nas ultrapassagens e facilidade para manter altas velocidades. A transmissão é suave e bastante rápida nas mudanças. Nas curvas a estabilidade inspirou confiança, sem maiores inclinações. Mas a tração nas 4 rodas não é full-time, depende de acionamento voluntário por meio de botão no painel.
Itens de segurança
Quanto à segurança, apenas as versões mais completas possuem controles eletrônicos de tração, estabilidade, partidas em rampas, da pressão dos pneus e da velocidade em descidas íngremes. Todas as versões contam com apenas dois airbags — mais do que isso não é disponível nem como opcional. O controlador de velocidade é convencional e não mantém automaticamente distância do veículo à frente quando o trânsito se torna mais lento que a velocidade programada, como nos sistemas adaptativos adotados em diversos veículos na mesma faixa de preço.
FICHA TÉCNICA
Chevrolet S10 High Country 4X4 2.8 turbodiesel AT
Motor: 2.8 16V, injeção direta, turbodiesel
Potência: 200 cv @ 3.600 rpm
Torque: 51 kgfm @ 2.000 rpm
Câmbio: Automático sequencial, seis marchas
Direção: Assistência elétrica; tração 4X4
Suspensão: Dianteira com braços articulados, traseira por feixe de molas
Dimensões: 5,40 m (comp), 1,87 m (lar), 1,84 m (alt), 3,01 m (entre-eixos)
Freios: Discos ventilados na frente, tambores atrás
Rodas e pneus: 265/60 R18
Tanque de combustível: 76 litros
Capacidade da caçamba: 1.061 litros
Carga útil: 1.049 kg (1 tonelada)
Peso (ordem de marcha): 2.101 kg
Garantia de fábrica: 3 anos
Opcionais: Pintura metálica (R$ 1.650)
Preço sugerido: R$ 175.990