O julgamento do trio conhecido como Canibais de Garanhuns começa nesta quinta-feira (13) em Olinda (PE). Os três réus serão julgados pelo homicídio quadruplamente qualificado de Jéssica Camila da Silva Pereira, de 17 anos. A jovem seria a primeira vítima dos acusados, que ainda responderão por vilipêndio (desrespeito ao corpo) e ocultação de cadáver, segundo o TJ-PE (Tribunal de Justiça de Pernambuco).
Jessica saiu de casa há seis anos para aceitar uma proposta de emprego feita por Isabel Cristina Torreão Pires, que teria cometido o crime junto com Jorge Beltrão Negromonte da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva em maio de 2008, em Olinda.
O pescador Emanuel Araújo Pereira, de 54 anos, pai de Jéssica, espera que a Justiça seja feita. A neta de Pereira tinha um ano e meio quando sumiu com a mãe. Atualmente, a criança mora com a irmã do pescador.
— "Esse pessoal [o trio] não pode sair da prisão mais, não. Eles têm que morrer lá dentro"—, disse o pescador.
O caso
Os acusados estão presos desde abril de 2012. À polícia, eles relataram que eram integrantes de uma seita chamada Cartel, que tem como meta a purificação do mundo e o controle populacional, por isso as vítimas sempre eram mulheres. Além de Jéssica, os criminosos também respondem pelas mortes de Giselly Helena da Silva e Alexandra Falcão da Silva — o desaparecimento das duas últimas foi o que motivou o início das investigações policiais.
Após perícias e interrogatórios que começaram em Garanhuns, a polícia encontrou provas com relação ao assassinato de Jéssica, ocorrido em Olinda. Os restos de Jéssica foram achados emparedados na casa do trio. Essas partes, como as mãos da vítima, eram consideradas impuras. O restante era consumido pelo trio. Os acusados chegaram, inclusive, a rechear os salgadinhos que vendiam com a carne de vítimas.
Em julho do mesmo ano, os acusados passaram por exames de sanidade mental que provaram que eles podem responder pelos próprios atos.
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